
: Presidente da República, Daniel Chapo (direita), reúne-se com Nigel Clarke, Director Adjunto de Gestão do FMI e Chefe da Delegação ao FFD4
Maputo, 30 Jun (AIM) – Moçambique está em altura de assinar um novo programa de financiamento com o Fundo Monetário Internacional (FMI), algo que poderá acontecer ao longo do corrente ano , tendo em conta o pacote de reformas em curso no país.
“Achamos que devíamos ter com o FMI um novo programa. E nisto a recepção é muito boa, de tal forma que achamos que, ao longo deste ano, se tudo correr bem, vamos assinar um novo programa”, afirmou o Presidente da República, Daniel Chapo, em conferência de imprensa havida esta segunda-feira (30) na cidade espanhola, Sevilha, à margem da IV Conferência das Nações Unidas sobre o Financiamento ao Desenvolvimento (FFD4).
Chapo disse que o novo programa estará assente nas reformas no sector público em curso, promover o investimento de projectos estruturantes para o país.
“Começando pelo FMI, sabem muito bem que nós como governo temos um programa de reformas ao nível do país, a razão pela qual temos um Gabinete (Central) de Reformas e Projectos Estratégicos, ao nível da Presidência, e achamos que devíamos ter com o FMI um novo programa”, disse.
Assinar um novo programa vai permitir uma nova visão do governo, de modo que Moçambique continue as relações de cooperação com o FMI.
“Achamos que”, explicou o Chefe do Estado, “ao longo deste ano, se tudo correr bem, vamos assinar um novo programa que possa permitir que com a nova visão do governo possamos realmente continuar uma excelente relação com o FMI, mas já com uma nova visão”.
A nova visão, segundo Chapo, deve estar baseada em reformas ao nível do sector público e, sobretudo, na necessidade de criar um bom ambiente de negócio em Moçambique, para que o país possa continuar a atrair investimentos, tanto internos, como estrangeiros.
“Portanto, esta conversa que nós tivemos com o FMI, a recepção é muito boa e achamos que vamos continuar a estreitar boas relações de amizade e cooperação com o FMI”, disse.
Chapo também manteve um encontro com a direcção máxima do Banco Mundial, e com a qual reflectiu sobre os programas de desenvolvimento de Moçambique, sobretudo do processo de reformas em curso, no sector público, bem como a necessidade de o país melhorar o índice de nível do negócio bancário.
Durante o encontro, Chapo realçou a importância de o país melhorar o posicionamento ao nível do negócio bancário.
“Tanto o FMI, como o Banco Mundial, concordam plenamente em dar apoio às reformas, sobretudo também à necessidade do combate à corrupção”, afirmou.
Aliás, o FMI e o Banco Mundial manifestaram interesse no programa de digitalização levada a cabo pelo governo moçambicano, acreditando ser uma das plataformas que vai ajudar a combater a corrupção.
“Há uma promessa de”, disse Chapo, “apoiarem bastante o programa de digitalização ao nível do sector público, das instituições públicas, e elogiam bastante a existência do Ministério de Comunicações e Transformação Digital e prometem apoiar bastante o processo de digitalização em Moçambique”.
Durante o encontro, Chapo fez saber ao Banco Mundial projectos estruturantes para a economia moçambicana, apontando Mphanda Nkuwa, um megaprojecto de energia renovável, orçado em cerca de cinco mil milhões de dólares, a ser construído no rio Zambeze, 61 quilómetros à jusante da Barragem de Cahora Bassa, província de Tete, centro de Moçambique, com o fecho financeiro previsto para 2027.
“Achamos que é um projecto extremamente importante para o aumento de produção de energia hidroeléctrica ao nível do país, e de outros projectos hidroeléctricos que existem em Moçambique”.
Em Maio último, o FMI em Moçambique afirmou que o diálogo com o governo moçambicano tem sido muito frutífero e, por isso, está para breve o início das negociações para a retoma do apoio financeiro ao país.
A IV FFD4 decorre de segunda a quarta-feira, dez anos depois da anterior, realizada na Etiópia, em 2015.
(AIM) Ac/sg