Negocio de Madeira, Nhamatanda, Sofala. Foto de Ferhat Momade.
Maputo, 22 Jul (AIM) – A Federação Moçambicana de Operadores de Madeira (FEDEMOMA) lançou, hoje em Maputo, o ciclo de capacitação dos madeireiros em matéria de legislação e regulamento florestal.
Trata-se de uma iniciativa que visa revitalizar as associações florestais, para que sejam mais fortes, autónomas, bem estruturadas e resilientes, com capacidade de negociar contratos justos, participando nas decisões políticas e gestão dos seus recursos com visão estratégica, para que o sector se transforme num exemplo de boa gestão, desenvolvimento local e preservação ambiental.
O presidente da FEDEMOMA, Jorge Chacate, explicou a importância da exploração florestal no país afirmando “Num país onde as florestas naturais ocupam cerca de 32 milhões de hectares, cobrindo aproximadamente 40% do território nacional e onde cerca de 80% da população depende das florestas para obter energia doméstica, alimentos, medicamentos e material de construção, torna-se incontornável a necessidade de transformar a gestão florestal num pilar central do desenvolvimento sustentável”, disse.
Apesar da importância do sector, os operadores madeireiros enfrentam desafios que esperam ultrapassar com a iniciativa lançada na manhã desta terça-feira.
“Ao longo dos últimos anos muitas associações florestais enfrentaram inúmeros desafios, entre os quais a fragilidade nas suas estruturas de governação, falta de capacidade técnica, dificuldade de acesso ao mercado formal e, em alguns casos, o declínio do espírito associativo”, revelou, antes de sublinhar o objectivo do projecto.
“O objectivo geral deste projecto é fortalecer as associações de operadores florestais em Moçambique, melhorando suas estruturas de governação, promovendo o seu registo legal, promovendo a conduta empresarial responsável e as condições de trabalho dignas, incluindo saúde e segurança no trabalho, bem como ampliando a sua participação nos processos de formulação e implementação de políticas públicas”, disse.
O presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), Álvaro Massingue, manifestou interesse da instituição que dirige, no fortalecimento dos operadores madeireiros, dentro do compromisso que o organismo assume para o impulso das pequenas e médias empresas (PME).
“Neste novo ciclo da CTA, estamos profundamente comprometidos com a estruturação de programas que visam o ambiente de negócios e fortalecimento das capacidades empresariais, sobretudo das PME, que constituem a maioria do nosso tecido económico, incluindo o sector florestal (…) em nome da CTA, reitero o nosso apoio à FEDEMOMA e a OIT nesta nobre missão e manifestamos a nossa total disponibilidade para colaborar na sua implementação e multiplicação de impacto”, afirmou.
O director nacional do ambiente e mudanças climáticas, Francisco Samo, saudou o projecto em nome do governo, referindo que o sector florestal contribui, actualmente, com menos de 4% do PIB, gerando aproximadamente 22 mil empregos directos e indirectos, número baixo comparativamente ao passado, o que revela necessidade de revitalização do sector para recuperação do esplendor que já teve.
Martin Gastin, represente da Organização Internacional do Trabalho (OIT), expressou o compromisso desta agência das Nações Unidas com o projecto, que conhecendo a sua importância, pretende ver reforçada “a capacidade dos operadores florestais através de uma formação abrangente sobre o novo regulamento florestal”.
A fase piloto do projecto abrange as províncias de Manica, Sofala e Niassa, esperando-se o envolvimento activo das comunidades, sector privado, sociedade civil, academia e das instituições públicas.
Sob o lema “por uma exploração sustentável dos recursos florestais”, o projecto é financiado pela OIT.
(AIM)
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