
Reitor da Universidade Pedagógica de Maputo, Jorge Ferrão
Maputo, 15 Out (AIM) – O reitor da Universidade Pedagógica de Maputo (UP Maputo) Jorge Ferrão, adverte que o álcool e drogas trazem uma euforia de liberdade mas, lamentavelmente, no fim, os usuários apenas transformam-se em escravos.
Falando durante a cerimónia de abertura da 1ª Conferência da Educação sobre o Consumo de Álcool e Drogas por Alunos, que teve lugar quarta-feira (15) no distrito de Boane, província de Maputo, Ferrão alertou que o álcool e as drogas prometem força, mas no final apenas trazem fraqueza.
O evento, organizado pela ST Projectos e Comunicação, decorreu sob o lema “Como Comunicar para a Erradicação do Consumo de Drogas e Bebidas Alcoólicas por Alunos”.
Por isso, Ferrão, que de 2015 a 2016, ocupou o cargo de ministro de Educação, acrescentou que “isto de beber para esquecer, significa também acordar sem memória e sem futuro”.
O álcool e as drogas, de acordo com o reitor, prometem alegria, mas entregam sempre o vazio.
Por isso, Ferrão recomenda às autoridades a trazer de volta as vozes com alguma experiência, mencionando igrejas, mesquitas, associações locais, para que sejam locais de escuta e de amparo.
“Num problema tão grave como este que temos”, continuou, “todas as nossas reuniões têm de começar com estes dois problemas”.
Por seu turno, a directora de Educação e Cultura da província de Maputo, Carmênia Canda, afirmou haver um esforço enorme em colocar em todas as escolas os cantinhos de aconselhamento, dirigidos por psicólogos, para palestrar aos alunos sobre os malefícios do álcool e das drogas.
“Nós, como direcção provincial, já avançamos com uma acção de levantamento de todos os professores formados em psicologia nas nossas escolas, que ao longo da evolução da sua carreira, ou mesmo no ensino superior, foram formando-se em psicologia, mas estando na área da docência”, disse.
Segundo Canda, o sector da Educação, actualmente está empenhado em efectuar o levantamento dos psicólogos, e a nível superior, irá pedir um apoio para capitalizar os professores a serem instalados nos cantinhos de aconselhamento.
“Estamos cientes da falta de professores que nós temos nas nossas salas de aula, mas também não adianta corrermos com mais professores quando a nossa matéria-prima está a desaparecer”, disse, explicando de seguida que a acção deverá ser em efectuada em simultâneo com as aulas lectivas, de modo a colher “o devido aproveitamento da qualidade”.
Num outro desenvolvimento, o chanceler da ST Projectos e Comunicação, Serôdio Touo, afirmou que a estratégia de organizar a 1ª conferência provincial surge como forma de a instituição que dirige participar directamente na redução do consumo do álcool e das drogas nos alunos.
Reconhece que o desafio não é apenas da instituição, mas também deve envolver todos os sectores governamentais, privados e particulares.
“É um desafio que não é do Externato Ideias Válidas [escola que se subordina a ST Projectos e Comunicação] nós apenas somos os mentores porque ainda somos pequenos na área de educação mas receamos que um dia também sejamos atingidos por este mal”, afirmou Touo, que igualmente é director do semanário Dossiers e Factos.
Participaram no evento, o secretário de Estado da província de Maputo, Henriques Bongece, além de administradores de Boane, Lázaro Bambamba, edis de Marracuene, Shafee Sidat; da Manhiça, Luís Munguambe, entre outros.
(AIM)
ac