
Presidente da República, Daniel Chapo no encerramento da Conferência Nacional sobre o Combate à Corrupção
Maputo, 14 Out (AIM) – O Presidente da República, Daniel Chapo, declarou na tarde desta terça-feira a ruptura do Estado com a corrupção um mal que afecta a todos, mas que apenas os próprios, moçambicanos, podem e devem erradicar.
Chapo explica que a vitória só poderá ser alcançada através do reforço das instituições, cultura de prestação de contas e, sobretudo, integridade.
“Este é o momento de ruptura. Na gíria desportiva, esta é a segunda parte do jogo e se vai caracterizar por elevarmos o combate à corrupção a um verdadeiro pacto nacional”, disse Chapo no encerramento da Conferência Nacional sobre o Combate à Corrupção, um evento de dois dias com início na segunda-feira.
Referiu que ao longo dos últimos meses, o Governo tem dado sinais claros de que o tempo da impunidade terminou, sem caçar as “bruxas” e sem falar muito.
Para o efeito, disse Chapo, “Estamos a mudar o pasto dos cabritos, para que o pasto seja pura e simplesmente o seu salário, e não o erário público, que resulta do suor do povo moçambicano.
“Estamos a reformar o terreno onde os ‘cabritos’ antes se alimentavam sem ética, substituindo o capim da impunidade pelo solo fértil da integridade. É essa mudança, de valores, de critérios e de práticas, que define a força moral de um Estado que se quer respeitado.
Sobre o referido pacto, segundo Chapo, o mesmo deve ser exequível através de todos os estratos sociais, que inclui o sector privado, sociedade civil, comunicação social, entre o dever e a honra, e entre o poder e a verdade.
“Por isso, lanço, a partir deste local, um compromisso diante do povo moçambicano: que enquanto nós continuarmos juntos não haverá espaço para a cultura da “nhonga” e do “refresco” como modo de vida, ou seja, pára o “cabritismo””, disse o Chefe do Estado, tendo acrescentado de seguida que o “cabrito” pode continuar amarrado, mas a corda será curta e frágil, e assim correr o risco de morrer.
Chapo disse estar convicto que, em coordenação com as instituições vocacionadas para a luta contra à corrupção, acabar com a impunidade a todos os níveis, para evitar estar sempre a repetir em cada conferência “…que agora sim, este é o ano Zero de Prevenção e Combate à Corrupção”, facto que lhe pode empurrar para falácia.
“Vamos partir para a acção”, disse.
A agenda comum do governo permanece e se resume em prevenir e combater a corrupção, de forma a desenvolver Moçambique, centrado na independência económica, facto que vai ajudar a promover e consolidar a democracia, paz, reconciliação nacional entre os moçambicanos, inclusão, boa governação e o Diálogo Nacional Inclusivo.
“A diversidade dos participantes neste evento, desde a sua abertura, mostra que unidos continuaremos a consolidar as instituições nacionais”, vincou Chapo, tendo acrescentado que a diversidade mostra ainda que ao longo dos anos, “temos ganhos, aprendemos lições importantes e que estamos todos comprometidos na melhoria da qualidade de vida e no bem-estar das famílias moçambicanas, na redução das desigualdades sociais, que passam pelo combate à corrupção e da pobreza”.
O Chefe do Estado quer que os cidadãos continuem unidos e denunciem casos de corrupção, mesmo com simples indícios, de modo que as autoridades possam investigar para apurar a verdade jurídica e material, para tomarem medidas assertivas.
A corrupção não conhece fronteiras, e, de acordo com Chapo, o combate exige solidariedade e cooperação internacional.
“Queremos partilhar experiências, aprender com boas práticas e consolidar a credibilidade de Moçambique junto da comunidade internacional”, referiu.
A conferência nacional sobre o Combate à Corrupção se realizou sob o lema “Por um Moçambique Livre da Corrupção”.
(AIM)
Ac/sg