Dezenas de pessoas rendem ultima homenagem a Jordão Muvale, director-geral da AIM
Matola (Moçambique), 07 Nov (AIM) — Dezenas de pessoas, incluindo personalidades, jornalistas, familiares, amigos, entre outras, renderam na manhã hoje (07) a última homenagem ao recém-falecido director-geral da Agência de Informação de Moçambique (AIM), Jordão Muvale, vítima de doença.
O director geral-interino, Almiro Mazive, considera o finado como um profissional exemplar, cuja partida representa uma perda irreparável para a comunicação social moçambicana.
Mazive diz que Muvale desempenhou as funções de director-geral “com energia contagiante e visão estratégica voltada para o futuro”, desde a sua nomeação em 2023.
Destacou que Muvale sonhava com uma AIM moderna, dinâmica e próxima dos cidadãos, aliás, um dos seus ideais, até os últimos dias de vida, era devolver à instituicao o seu papel central no ecossistema mediático moçambicano, pelo que, deixa um legado de trabalho, integridade e esperança.
O director de Informação e Comunicação no Gabinete de Informação (GABINFO) — posição que o finado também ocupou—, Mendes Mutenda, enalteceu que, mais do que dirigente, Muvale foi um colega exemplar, visionário e promissor, bem como amigo de todos os funcionários, sempre disposto a enfrentar os desafios e a ultrapassar barreiras.
Já os filhos de Muvale, que agradeceram pela ternura a si transmitida pelo pai. “Painho, como uns de seus filhos lhe tratavam, agradecemos pela inspiração, por ter sido a nossa biblioteca viva e, melhor de tudo, o nosso orgulho. Obrigado por ter acreditado em nossos sonhos e nunca desistir de sonhar connosco e por ter nos ensinado a lutar e conquistar o que queremos com honestidade e sabedoria”.
Chamou atenção de todos os presentes, a intervenção da filha mais nova de Muvale que, emocionada, classificou o pai como o melhor do mundo.
“Eu queria agradecer a todos que estão aqui, dizer que o meu pai foi o melhor pai do mundo, conviveu com todos nós”, disse, emocionada, sem poder dizer mais.
A antiga estudante de Muvale na Escola de Jornalismo e na Escola Superior de Jornalismo, Rahema Aboubakar, com voz trémula, despediu-se daquele que foi seu tutor em ambas as instituições de leccionação de Jornalismo, devido a sua competência e exemplo de professor brilhante, conforme classificou.
“Ele conseguia saber se nós lemos, se nós copiamos, ou se alguém fez [as tarefas] para nós (…) ele dizia para irmos ao terreno de sapatilhas e não de biqueiras”, contou.
Os colegas de Muvale também se lembram de um profissional competente e exemplar. O antigo chefe de Departamento de informação da AIM, Elias Gudo, lembra de Muvale como uma pessoa “extremamente competente”.
“Recordo-me que quando nós não conseguíamos ver a solução de um determinado problema, ele aparecia sempre com uma solução. Um ou dois dias antes da sua morte, conversávamos na redacção e todos convergíamos num ponto, que era um homem extremamente competente, muito dedicado e que é pena que ele tenha perdido agora, de forma efémera”, disse.
Para imortalizar o finado, Gudo diz que todos devem trabalhar para ganhar a competência de Muvale. “Acho que é isso que nós devemos fazer, ganharmos a mesma competência que ele tinha, para honrarmos a memória dele.
O editor do serviço de inglês na AIM e experiente jornalista Paul Fauvet, diz que Muvale era “jornalista com muito talento” e a sua morte é uma perda para toda a comunicação social moçambicana.
“O Jordão queria que a AIM voltasse à uma posição importante no cenário da comunicação social moçambicana, ele queria uma agência de informação relevante na vanguarda do jornalismo moçambicano e espero que essa visão continue viva”, disse.
Já o jornalista Gustavo Mavie, que foi colega de Muvale na AIM, destaca a competência do finado, que, sob sua indicação após demonstrar vontade, ingressou à AIM tendo sido admitido com destaque.
“Antes de ser meu colega na AIM, foi meu colega no ISRI, onde se aproxima de mim e diz que gostaria também de ser jornalista. Na altura havia um concurso na AIM e eu disse vá lá se inscrever e faça o concurso, ele foi e passou com boa nota, melhor do que alguns outros candidatos que tinham feito o curso de jornalismo e desde então ascendeu por força própria, sem nenhum favoritismo”.
Aos mais novos, Mavie exorta a imortalizar o legado de Muvale “seguindo o exemplo dele”.
Jordão Muvale nasceu a 1 de Janeiro de 1969 em Macaringa, distrito de Massinga, província de Inhambane, para onde o corpo segue à funeral amanhã, sábado.
(AIM)
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