Vitimas de inundacoes em Sofala
Maputo, 25 Nov (AIM) – Cerca de 2,7 milhões de pessoas em Moçambique estão em situação de vulnerabilidade face aos desastres naturais e conflitos armados, revelam dados apresentados na manhã desta terça-feira (25), em Maputo, durante um workshop da Plataforma de Parcerias Humanitárias.
A maioria dos cidadãos em risco são residentes das províncias de Cabo Delgado, Nampula, Zambézia, Sofala e Maputo. Esta é uma situação que exige uma resposta coordenada e ágil diante da época ciclónica e chuvosa 2025-2026.
Maria Carolina da Silva, da organização não-governamental World Vision International, destacou a importância da coordenação afirmando “a nossa intenção é ter um mapeamento concreto e saber que estamos melhor preparados para enfrentar de maneira colectiva esses choques climáticos, sempre em parceria com o Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD) e o Governo de Moçambique.”
A directora nacional da CARE Internacional, Cátia Cristina, ressaltou a importância da liderança local afirmando “há um maior ênfase na coordenação descentralizada e baseada nas áreas. As organizações nacionais têm de estar no local do condutor; nós, NGOs, somos co-pilotos.”
Óscar Rosário, representando o INGD, explicou que o plano de contingência 2025-2026 já foi aprovado pelo Governo e inclui acções de busca e salvamento, assistência alimentar, abrigos, saúde, higiene, educação e apoio psicossocial.
“Desejo que os trabalhos decorram da melhor maneira, de forma harmoniosa, garantindo que a preparação seja eficaz e atenda às comunidades mais vulneráveis”, disse.
Durante a sessão, os participantes analisaram possíveis cenários de risco. Para a época 2024-2025 estimava-se uma população em risco de 2.290.000 pessoas, enquanto o cenário 2025-2026 projecta 2.712.803 indivíduos, demonstrando um aumento na exposição a ciclones e cheias.
“Estamos diante de um grande momento. Esta iniciativa representa um passo vital para uma acção humanitária mais forte e coordenada.
Queremos criar um plano que seja acessível e que facilite a crescente liderança nacional na resposta”, afirmou Maria Rousseau, da Fundação MASC.
O evento reuniu perto de 30 organizações nacionais e internacionais para alinhar esforços e construir um plano colectivo de preparação.
Entre os principais temas discutidos destacam-se acção antecipatória, salvaguardas, diagnóstico de necessidades imediatas, inclusão de género e mecanismos de resposta rápida, com o objectivo de fortalecer a capacidade nacional de resposta e garantir eficiência nas primeiras 72 horas após um evento adverso.
(AIM)
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