Presidente brasileiro, Lula da Silva, homenageado com o título de Doutor Honoris Causa, pela Universidade Pedagógica de Maputo (UP-Maputo)
Maputo, 24 Nov (AIM) – o Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva sustenta que a cooperação internacional só é justa quando feita com base na solidariedade e respeito pela dignidade e soberania de cada país.
Falando segunda-feira (24) na capital moçambicana, na aula inaugural, minutos após ter sido distinguido com o título de Doutor Honoris Causa, pela Universidade Pedagógica de Maputo (UP-Maputo), Lula da Silva, manifestou a sua crença pelo modelo de cooperação internacional referido.
“É nesse modelo que o Brasil acredita”, disse, acrescentado que “é com essa convicção que sempre defendi que o combate à pobreza e à fome deve estar no centro do nosso projecto de desenvolvimento”.
Lula da Silva fez uma comparação entre a fome com a falta de justiça, afirmando que “a fome não é falta de comida, é falta de justiça; é o resultado de decisões políticas equivocadas, de desigualdades históricas, de sistemas económicos que concentram renda e oportunidades”.
Referiu que o Brasil é um país que tem a noção do que é fome e como vencer esse flagelo que afecta sobretudo os países em vias de desenvolvimento.
“Fizemos do combate à pobreza uma obsessão, com programas como o Fome Zero e o Bolsa Família. Quando reassumi a Presidência em 2023 tomei como prioridade do meu mandato o combate à fome.
Na altura, 33 milhões de brasileiros deixaram de passar fome; em apenas dois anos, graças a adopção de políticas públicas adequadas e determinação política de colocar o pobre no orçamento. Foi assim que o Brasil saiu do Mapa da Fome da ONU.
Lula realçou que durante a presidência do Brasil no G20, entre 1 de Dezembro de 2023, à 30 de Novembro de 2024, lançou a Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, que Moçambique é membro fundador.
“Em Maio deste ano, convidei os ministros da Agricultura da África para visitar o Brasil e conhecer a nossa experiência. África tem um solo fértil e uma juventude vibrante; com cooperação para a produção de alimentos e com fortalecimento da agricultura familiar e da pesquisa científica, terá o futuro mais promissor do planeta, mas não será possível cumprir com nenhum ideal de prosperidade em um mundo em que o unilateralismo e as guerras prevalecem”, destacou.
O Sul global, países do hemisfério sul, segundo Lula da Silva, não pode mais ser mero espectador de uma ordem internacional.
Referiu que o título que recebeu, hoje é também uma celebração da amizade e solidariedade entre Moçambique e Brasil.
É uma relação que completou 50 anos em 2025 e que se fortalece pela fé na educação, na democracia e na cooperação entre povos livres.
Sublinhou que a educação é o melhor investimento que o governo pode fazer. Eu sei o quanto vale uma menina, uma mulher ir procurar emprego sem profissão”, disse, acrescentando “eu sei quantos abusos a gente sofre por não ter tido a oportunidade de estudar. É por isso que a educação pra mim é uma obsessão; ninguém pode ser preterido de estudar pelo lugar que nasceu, pela religião que professa, ou pela origem financeira da sua família”.
Lula da Silva visita Moçambique a convite formulado pelo Presidente da República, Daniel Chapo.
(AIM)
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