Mário Ubisse, especialista em desenvolvimento empresarial do projecto, Projecto Mais Oportunidades, sediado no Ministério das Finanças
Inhambane (Moçambique), 26 Nov (AIM) – O Governo moçambicano e o Banco Mundial alocaram mais de 20 milhões de dólares norte-americanos para impulsionar o crescimento das Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPMEs) das províncias de Manica, Sofala, Gaza e Inhambane, regiões centro e sul, respectivamente.
A medida, implementada no âmbito do Projecto Mais Oportunidades, sediado no Ministério das Finanças, visa desbloquear o potencial económico regional, reforçar a competitividade empresarial e ampliar o acesso aos serviços financeiros e oportunidades económicas.
“Para capacitação, estamos a falar de cerca de um milhão de dólares, para as províncias de Manica, Sofala, Gaza e Inhambane, e para subvenções estamos a falar de um valor de cerca de 20 milhões de dólares, também para as quatro províncias disse Mário Ubisse, Especialista em Desenvolvimento Empresarial do projecto, durante um workshop dedicado às oportunidades das MPME’s no âmbito do Conteúdo Local, Economia Azul e Marketing Digital”, que teve lugar cidade de Maxixe, província de Inhambane
Sublinhou que estas são apenas duas peças de um programa mais amplo que envolve linhas de crédito, fundos de garantia e outras formas de assistência técnica e financeira.
Segundo Ubisse, o foco principal do projecto é a preparação das empresas para que consigam explorar as oportunidades existentes. Para o efeito, o projecto aposta em formações ajustadas às necessidades reais de cada empresa, com recurso a um diagnóstico digital que permite identificar lacunas específicas de gestão e providenciar literacia financeira, formação em liderança, digitalização e competitividade verde.
A fonte destacou que a meta é capacitar pelo menos 1.250 empresas, reforçando não apenas competências técnicas, mas sobretudo a aptidão das PME’s para acederem a financiamentos, competirem de forma mais eficaz e ligarem-se às cadeias de valor dos megaprojectos em curso no país.
“As oportunidades estão lá, os recursos estão lá, mas se as empresas não estiverem devidamente preparadas, não poderão explorá-las”, alertou.
Para o Presidente do Conselho Empresarial Provincial de Inhambane, braço do CTA a nível local, Abdul Razaque, as acções de capacitação e as subvenções já em curso poderão servir de catalisador para o desenvolvimento económico da província, especialmente da cidade da Maxixe, considerada um pólo logístico da província.
Razaque elogiou o esforço do Governo e do Banco Mundial, sublinhando que o Projecto Mais Oportunidades representa um instrumento crucial para aumentar o acesso e a utilização de serviços financeiros e reforçar a capacidade competitiva das PMEs.
“Reconhecemos e aplaudimos o esforço do governo de Moçambique em parceria com o Banco Mundial que implementam o projecto Mais Oportunidades”, disse o timoneiro do CEP da Maxixe.
Acrescentou que a presença de megaprojectos em Inhambane constitui uma oportunidade única para as empresas locais, desde que devidamente preparadas.
O CEP lançou um apelo directo à Sasol, a petroquímica sul-africana que explora gás natural nos poços de Pande e Temane, e ao Instituto Nacional de Petróleo (INP) para observarem as políticas de conteúdo local e privilegiarem empresas sediadas na província sempre que possível.
Para o CEP, o envolvimento activo das empresas locais é essencial para que o impacto económico da exploração de gás em Pande e Temane reverta efectivamente para a região.
No evento, a Sasol apresentou os principais resultados da implementação do seu Plano de Conteúdo Local (PCL), revelando um avanço significativo na contratação de empresas moçambicanas.
No âmbito das operações do Acordo de Produção de Petróleo (PPA), a empresa adjudicou 13 pacotes de serviços orçados em 20 milhões de dólares a empresas moçambicanas, a maioria baseadas em Inhambane. No Acordo de Partilha de Produção (PSA), cerca de 211 milhões de dólares, equivalentes a 83 por cento dos contratos adjudicados foram direccionados para empresas nacionais.
No projecto de reassentamento, a Julen Construções gastou seis milhões de dólares com fornecedores moçambicanos, beneficiando 40 por cento das empresas de Inhambane.
A Sasol sublinhou que 51 empresas conseguiram celebrar ou manter novos contratos, sendo 43 na indústria de petróleo e gás e oito com outras entidades, demonstrando o impacto directo das iniciativas na dinamização empresarial.
A petrolífera reafirmou ainda estar comprometida com a extensão do PCL para o período pós-2025, assegurando a continuidade das oportunidades para as MPMEs.
(AIM)
Paulino Checo
