Presidente angolano, João Lourenço, no acto de massas em Luanda
Maputo, 14 de Dez (AIM) – O Presidente da República de Angola e Presidente do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), João Lourenço, confirmou publicamente que vai deixar o poder em 2027, pondo termo ao seu ciclo de liderança política e abrindo caminho à ascensão de um novo dirigente no seio do partido no poder.
A declaração foi feita este sábado, em Luanda, durante um acto político de massas alusivo às celebrações dos 69 anos do MPLA, segundo avançou a ANGOP.
João Lourenço deixou claro que não será candidato às próximas eleições gerais, marcadas para 2027, por imperativo constitucional. A Constituição da República de Angola estabelece o limite máximo de dois mandatos presidenciais, regra que, segundo o próprio, será integralmente respeitada.
“Só deixo o poder porque a Constituição não permite continuar à frente dos destinos do País”, afirmou, acrescentando de forma directa: “Se a Constituição deixasse, preferia continuar a corrida”.
No mesmo discurso, o também líder do MPLA sublinhou a necessidade urgente de o partido preparar a sucessão e escolher um novo candidato que esteja à altura dos desafios actuais do País.
“Quem me substituir não pode estar mais cansado do que eu”, declarou João Lourenço, num tom de recado aos militantes internos do partido.
O Presidente defendeu que a escolha do futuro líder não deve servir apenas os interesses internos do MPLA, mas sobretudo responder às expectativas da nação angolana.
“É preciso escolher um bom candidato, não apenas para o partido, mas para Angola”, reforçou, salientando que o processo será conduzido sem cedências a pressões internas ou externas.
Num contexto político marcado por debates sobre governação, democracia interna e renovação das lideranças, João Lourenço aproveitou ainda para refutar acusações segundo as quais o MPLA não respeita os princípios democráticos.
Criticou os que difundem essa narrativa e garantiu que o partido continuará a agir dentro dos marcos legais e institucionais.
A confirmação da sua saída em 2027 coloca o MPLA perante um dos momentos mais decisivos da sua história recente. Pela primeira vez em décadas, o partido prepara-se para ir a eleições gerais com um novo rosto, num cenário político cada vez mais competitivo e exigente.
A sucessão de João Lourenço será, assim, um teste crucial à capacidade de renovação do MPLA e à sua estratégia para manter a liderança do País.
(AIM)
Paulino Checo
