Porto de Maputo
Maputo, 18 Dez (AIM) – A economia de Moçambique poderá crescer 2,8 por cento em 2026, uma projecção acima da previsão de 1,6 por cento para o ano em curso.
O crescimento económico será impulsionado por serviços, dinamismo agrário, investimentos energéticos e exportações de Gás Natural Liquefeito (GNL) cuja indústria está instalada nas províncias meridional de Inhambane, e nortenha de Cabo Delgado.
Os dados foram avançados pelo Presidente da República, Daniel Chapo, durante a cerimónia solene de apresentação do Informa anual sobre a situação geral da Nação, acto que teve lugar hoje na Assembleia da República (AR) o parlamento moçambicano, em Maputo.
Chapo aponta como principais indicadores macroeconómicos que sustentam as projecções, o crescimento do Produto Interno Bruto de 2,8 por cento; exportações de bens estimadas em 8.436 milhões de dólares; inflação média anual de 3,7 por cento, bem como as reservas internacionais brutas de 3.234 milhões de dólares, equivalentes a 4,4 meses de cobertura de importações (excluindo megaprojectos).
“Para aprofundar a transformação estrutural, continuaremos a apoiar o sector privado, sobretudo as Micro, Pequenas e Médias Empresas, que constituem o motor da criação de emprego e do crescimento local”, disse.
Em Janeiro de 2025, o país observou uma inflação mensal de 1,45 por cento, facto que pressionou ainda mais o poder de compra das famílias moçambicanas, devido às manifestações violentas, ilegais e criminosas, que eclodiram duas semanas após a realização das eleições gerais, de 9 de Outubro de 2024.
A inflação média anual de 2024 situou-se nos 3,20 por cento, uma desaceleração face aos 3,80 por cento anotados em 2023.
O estadista vincou que no último trimestre de 2024, o Produto Interno Bruto (PIB) anotou uma contracção severa de 4,87 por cento, e em Dezembro, de 2024, a inflação situava-se em 4,15 por cento, reflectindo um ambiente económico tenso, incerto e sem direcção.
“A este quadro económico difícil somou-se o impacto devastador das manifestações violentas, ilegais e criminosas, ocorridas entre Outubro de 2024, e o primeiro trimestre de 2025, que deixaram marcas profundas no tecido económico e social do nosso país”, disse Chapo. .
Convocadas pelo ex-candidato presidencial derrotado, Venâncio Mondlane, hoje membro do Conselho do Estado, as manifestações caracterizaram-se em actos de vandalização e destruição de bens públicos, privados. Venâncio Mondlane reclamava vitória nas eleições gerais.
Pelo menos 1.733 estabelecimentos comerciais foram destruídos, incluindo armazéns de medicamentos, fábricas, farmácias, armazéns de ajuda humanitária e instituições bancárias; 339 edifícios públicos arruinados, entre unidades sanitárias, escolas, tribunais, esquadras, infra-estruturas administrativas e sedes de partidos.
Chapo arrolou centenas de infra-estruturas críticas vandalizadas, incluindo 176 postes de energia, 59 torres de telecomunicações, 25 bombas de combustível, 16 portagens, cinco básculas, um número incalculável de ambulâncias, viaturas públicas e privadas.
As manifestações provocaram a perda de mais de 50 mil postos de trabalho.
A sabotagem, que segundo Chapo, promovida por forças que actuam contra a ordem pública e contra o interesse nacional, causaram perdas avaliadas em cerca de 27,4 biliões de meticais.
(AIM)
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