Líder da AD em plena campanha eleitoral, em Portugal
Lisboa, 16 Mai (AIM)- A campanha eleitoral para as legislativas antecipadas de domingo, dia 18 de Maio, em Portugal, termina esta sexta-feira (16), numa altura em que algumas sondagens indicam que a coligação AD, liderada por Luís Montenegro, primeiro-ministro do Executivo em gestão, deverá obter cerca de 33,1 por cento dos votos, seguida pelo Partido Socialista (PS), o principal da oposição, liderado por Pedro Nuno Santos, com 25,9 por cento.
O Chega, liderado por André Ventura, um partido xenófobo, racista, populista e com um discurso que coloca os portugueses “uns contra os outros”, surge na terceira posição com 15,7 por cento, de acordo com a sondagem feita pela “Consulmark2” para o “Nascer do SOL” e a Euronews. Nas últimas eleições antecipadas (de Março de 2024), a sondagem da “Consulmark2” foi a que mais se aproximou do resultado final.
De acordo com o mesmo estudo, a Iniciativa Liberal (IL) deverá alcançar os 7,6 por cento dos votos, seguida de perto pelo partido “Livre” que atinge os 6,2 por cento, o Bloco de Esquerda (BE) fica-se pelos 3,8 por cento, a CDU (Coligação Democrática Unida – PCP-PEV) pelos 2,8 por cento e o PAN (Pessoas-Animais e Natureza) pelos 1,1 por cento. A sondagem foi realizada entre os dias 6 e 13 de Maio.
Em conjunto, a AD – Coligação PSD (Partido Social-Democrata)/CDS-PP e a IL aproximam-se dos 41 por cento dos votos, um valor próximo do que foi conseguido por António Costa, ex-primeiro-ministro do PS, quando conquistou a maioria absoluta em Janeiro de 2022. Tudo dependerá da abstenção e da distribuição de mandados de deputados.
Já a última sondagem da Universidade Católica para a RTP, Antena 1 e jornal “Público”, realizada entre os dias 6 e 13 de Maio, concluiu que a AD ganharia facilmente as eleições, com uma vantagem de oito pontos percentuais (34 por cento) face ao PS (26 por cento). Este último inquérito do CESOP revela o alargamento do fosso entre AD e socialistas para oito pontos, quando na sondagem publicada a 9 de Maio esse espaço era de quatro pontos (32 por cento – 28 por cento).
Em terceiro lugar mantém-se o Chega com uma variação mínima de um ponto (19 por cento agora, tinha 20 por cento a 9 de Maio), com o número de indecisos a recuar para os 12 por cento.
Por seu turno, a Tracking Poll diária desta quinta-feira (15) da “Pitagórica” para a CNN Portugal, diz que as duas principais candidaturas (AD e PS) voltaram a uma lógica de afastamento, depois de a Aliança Democrática (AD) e PS terem visto a maior aproximação.
Com a coligação liderada por Luís Montenegro a voltar a subir, depois de ter tido o pior resultado, o partido de Pedro Nuno Santos (PS) caiu, o que desfaz o empate técnico originado na última sondagem diária (14).
Com uma subida de 0,4 pontos percentuais, a AD ficou nos 31,9 por cento, enquanto o PS, que desceu 1,1 por cento, caiu para 25,2 por cento.
A coligação continua acima dos 28,84 por cento conquistados nas legislativas antecipadas em 2024, enquanto o PS segue bem abaixo dos 28 por cento obtidos no mesmo sufrágio.
Em tendência de crescimento está, claramente, o Chega. Numa Tracking Poll que tem já em consideração o espasmo esofágico sofrido por André Ventura em Tavira, no distrito de Faro, uma cidade e município do Algarve, no Sul de Portugal, o partido volta a obter o melhor resultado, depois de o mesmo já ter acontecido no dia anterior (13).
Último dia da campanha eleitoral
A campanha eleitoral para as eleições legislativas termina esta sexta-feira com a tradicional descida do Chiado, na baixa lisboeta, pela AD e PS, mas sem o líder do Chega, que vai falhar as últimas acções do partido por motivos de saúde.
Depois de André Ventura ter sido hospitalizado duas vezes esta semana, por se ter sentido mal durante acções de campanha, o partido anunciou que o líder “não estará mais na campanha”, atendendo às últimas informações médicas.
O Chega decidiu manter a agenda, com a ‘caravana’ do partido a arrancar o dia no Mercado do Livramento, em Setúbal, do outro lado do rio Tejo, e encerrando com uma arruada no Chiado, em Lisboa. Também pela capital, estará o líder da AD, Luís Montenegro, que começou o dia com a tradicional descida no Chiado, seguindo depois para um almoço com mulheres na Estufa Fria.
A campanha da AD, coligação que junta PSD e CDS-PP, encerra com um comício no Campo Pequeno, no centro de Lisboa.
Por sua vez, o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, dedicou a manhã a contactos com a população na zona de Moscavide, em Lisboa, seguindo depois para um almoço com apoiantes na Cervejaria Trindade e termina a campanha socialista com uma festa no jardim da sede nacional do partido no Rato, em Lisboa. A norte do país estará o presidente da IL, Rui Rocha, que tem prevista uma visita ao mercado municipal de Guimarães.
Da parte da tarde, Rui Rocha vai encontrar-se com o Movimento Cívico contra a Abstenção em Braga e, posteriormente, vai contactar com a população no mesmo local.
Os liberais terminam a campanha com um jantar-comício em Braga
Já a coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, tem, pelas 15h00 locais (16h00 em Maputo), um encontro com voluntários da campanha no Porto, Norte, e termina a campanha com uma festa em Setúbal, no Centro-Sul, ao final da tarde.
A CDU (PCP/PEV) começou a manhã com um desfile na Moita, distrito de Setúbal, seguindo depois para o norte, onde ao final da tarde Paulo Raimundo, líder do PCP, tem agendado um desfile no Porto e à noite um comício em Braga.
O Livre dedica o último dia de campanha ao distrito do Porto. Rui Tavares começou o dia com uma acção no jardim do Palácio de Cristal, seguindo depois para uma acção de rua em Cedofeita. Da parte da tarde, o Livre tem ainda uma acção de rua em Vila Nova de Gaia e termina a campanha com jantar-comício na escola artística Ginasiano.
Por sua vez, a porta-voz do PAN tem agenda em Lisboa, estando prevista uma visita a um canil, uma caminhada e um jantar de encerramento. O último dia será ainda marcado por uma acção de encerramento da campanha do partido Ergue-te, prevista para a praça do Martim Moniz, em Lisboa, que contou com a posição contra da Câmara Municipal de Lisboa, com base no parecer da Polícia de Segurança Pública (PSP) e tendo em conta o “risco real e fundado de perturbação da ordem pública”.
Influência na campanha da empresa familiar de Luís Montenegro segundo sondagem da católica
É de recordar que a “empresa do primeiro-ministro” em gestão, que originou a crise política, e eventuais problemas legais ou meramente éticos em relação à ligação de Luís Montenegro à Spinumviva é um assunto que pouco interessa aos portugueses. De acordo com a imprensa lisboeta, é, pelo menos, dos temas questionados, aquele que menos peso teve na decisão do voto dos potenciais eleitores questionados pela Universidade Católica nesta sondagem.
Assim, surgem em primeiro como factor de decisão para o voto “os debates”, com 28 por cento dos inquiridos a considerarem que este é um tema “muito importante”. A seguir surge a campanha eleitoral, “muito importante” para 24 por cento.
Já “a empresa do primeiro-ministro” é vista por 29 por cento dos inquiridos como um tema “nada importante”. Logo a seguir na consideração dos portugueses como “nada importante” vem a “actuação do Governo durante o apagão” (22 por cento).
(AIM)
DM
