Sussundenga (Moçambique), 15 Mai (AIM) – Cerca de 21 milhões de toneladas de produtos diversos serão comercializados na campanha 2025, lançada esta quinta-feira (15), pelo Presidente da República, Daniel Chapo, no distrito de Sussundenga, província de Manica, centro de Moçambique.
A cifra representa um aumento em cerca de um milhão de toneladas comercializadas na campanha finda (2024), em que foram vendidas 20.104,301 toneladas.
Os cereais, leguminosas, tubérculos, hortícolas, oleaginosas e outros produtos de rendimento são as culturas que estão na posse dos produtores e que serão colocadas no mercado na presente campanha de comercialização agrícola.
Chapo disse que os choques climáticos, com destaque para os ciclones Judi, Chido, Dikeledi, entre outros, associados às manifestações ilegais e violentas, afectaram o tecido económico e social.
Não obstante a estas adversidades decorrentes dos choques climáticos, Chapo referiu que a campanha de comercialização agrícola, no ano passado (2024), foi positiva, no que refere à produção de culturas alimentares.
Nesse período, segundo o presidente da República, registou-se um crescimento de cereais na ordem de nove por cento, leguminosas em sete por cento, e raízes e tubérculos em 12 por cento, com destaque para a mandioca.
Em relação às culturas de rendimento, houve um crescimento nas hortícolas e oleaginosas, na castanha de caju e macadâmia, em 67 e 32 por cento, respectivamente.
O sub-sector do açúcar, após o período de baixa por conta das intempéries registadas nas campanhas passadas, já mostra sinais de recuperação, com um crescimento na ordem de 10 por cento.
O Presidente da República explicou que o balanço da campanha de 2024 indica que foram comercializadas 20.104,301 toneladas de produtos diversos, contra 17.257.904 de 2023, correspondendo a um crescimento em 14 por cento e uma realização de 16 por cento do plano.
A província de Nampula e Maputo são as que mais contribuíram com 25 e 18 por cento do total dos produtos comercializados.
As culturas que tiveram maior expressão, no período em análise, foram os tubérculos, com 43 por cento, seguidos de cereais e outros produtos de rendimento, com 18 por cento.
Contudo, o estadista moçambicano referiu que a resiliência do povo, caracterizada por união e coragem, determinou para que o país não tivesse prejuízos com impacto mais graves na vida da população.
“A vossa coragem e determinação mostra ser um povo com coragem. Um povo comprometido com trabalho e produção de riqueza para o país. Portanto, vamos continuar a trabalhar e produzir para geração de renda familiar e garantir a segurança alimentar” afirmou Chapo.
Desafiou os produtores a escoar a produção para os centros comerciais e nas cidades para permitir a venda e gerar mais desenvolvimento para a província de Manica e o país, em geral.
Segundo Chapo, o governo continuará a criar condições necessárias para o sucesso da campanha de comercialização.
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Encorajou os jovens a se envolverem nesta actividade de produção e comercialização agrária para criar maior robustez a economia nacional.
“Desafio aqui a juventude a se empenhar nesta campanha para a geração de emprego e renda. Queremos que os jovens se entreguem na produção agrícola, aumentar a produção e comercializar. Só assim é que estaremos a criar mais emprego e a obter dinheiro” disse Chapo.
Segundo Chapo, o governo criou várias linhas de financiamento para apoiar aqueles que pretendem trabalhar.
“É pensando no produtor, principalmente nos jovens, que o governo tem estado a envidar esforços para ajudar os moçambicanos. São vários fundos aprovados, um deles é o desenvolvimento local, em que 60 por cento deste estará destinado a juventude”.
Chapo disse saber que muitos homens e mulheres querem produzir para gerar mais renda. Porém, não tem dinheiro e precisa de qualquer impulso para desenvolver esta e outras actividades.
O que se pretende, é assegurar que haja aumento da produção e as pessoas perceberem que a agricultura também pode dar dinheiro.
“Por isso, meus irmãos e minhas irmãs, quando dissemos que vamos trabalhar, não é apenas um emprego formal. Se formos às machambas ou a uma barraca e vendermos qualquer coisa, também, é trabalhar. Quando falamos da independência económica é porque o país depende de muitos produtos importados, enquanto existem condições suficientes para boa produção local, acrescentou Chapo.
“Se formos nós a produzir e vender, teremos mais dinheiro. Queremos reduzir este cenário. Vamos importar menos e exportar mais. Esse deve ser o nosso maior desafio para desenvolver o país”, sublinhou.
Este ano, a campanha é lançada sob o lema: Comercialização Agrária como factor dinamizador da Economia Local e Industrialização.
Actividades culturais, exposição de produtos agrícolas e discursos de ocasião marcaram a cerimónia central de lançamento da campanha de comercialização agrícola – 2025.
(AIM)
Nestor Magado (NM)/dt
