
Presidente da República reúne-se com empresários beirenses
Maputo, 15 Jul (AIM) – Os empresários da cidade da Beira, província de Sofala, queixaram-se segunda-feira (14), ao Presidente da República, Daniel Chapo, de corrupção generalizada nos serviços públicos e escassez de divisas.
Chapo explica que a corrupção é um mal e, por isso, acolhe a proposta dos empresários que pedem mais espaços para denúncias de combate à corrupção, embora já haja instituições para o efeito.
“Estamos a criar uma única autoridade para fazer uma única fiscalização, há muitas inspecções. É como na estrada onde encontramos o Instituto Nacional de Transportes Terrestres (INATER), Polícia de Trânsito (PT), Polícia de Protecção, Polícia Municipal. Porque é que todos não podem estar num único sítio?” questionou Chapo, que segunda-feira iniciou uma visita de trabalho a provincial central de Sofala.
“São esses casos que temos que mudar “, acrescentou.
Chapo disse ter ouvido várias propostas e problemas apresentadas pelos empresários beirenses, incluindo o funcionamento de empresa Portos dos Caminhos-de-Ferro, fiscalização, problemas das vias de acesso para escoar produtos agrícolas entre outros.
“Realmente a corrupção é um mal e fiquei feliz por ouvir as denúncias, ouvi as propostas que dizem que tem que haver mais canais de denúncias e eu concordo com isso, mas a única coisa que eu queria dizer é que o combate tem que ser de todos nós, tanto corruptores e corruptos tem que ser combatidos”, disse.
O executivo moçambicano entende que a digitalização e simplificação de processos pode diminuir o actual nível de corrupção.
Sobre a escassez de divisas, o Presidente da República entende que esta situação pode transformar-se em oportunidades de negócio, o que acontece por vezes nos bancos comerciais privados.
O governo está interessado numa política cambial transparente e pretende que a política do Banco Central promova o desenvolvimento.
Quanto a Banca comercial , o Chefe do Estado reconhece que é dominada por capitais estrangeiros.
“Nós estamos numa situação em que a banca comercial é dominada realmente por capitais estrangeiros. Há países ao nível do continente que já ultrapassaram esse problema citando como exemplo a Nigéria, Quénia e Angola.
Aliás, disse Chapo, Angola já tem bancos comerciais e seguradoras 100 por cento de capitais angolanos.
“Nós tivemos uma experiência da Moza Banco que tentou ser o primeiro banco comercial de moçambicanos”, disse.
Referiu que teve problema e ainda corre o risco de voltar a ser um banco mais uma vez estrangeiro.
Sobre a criação de um Banco de Desenvolvimento, o Chefe de Estado garantiu que já se encontra numa fase avançada e espera-se que venha conferir um maior equilíbrio financeiro.
“Estamos também a fazer o Fundo de Desenvolvimento Local que é para pequenas e médias empresas locais, distritos, postos administrativos, localidades para estimular a economia.
Explicou que a melhoria de infra-estruturas, particularmente estradas, o governo está ciente e já iniciou o trabalho de reabilitação do troço do rio Save até Casa Nova, Muxungue-Inchope, brevemente Inchope até ao rio Zambeze.
“As estradas são como veias no nosso corpo por onde circula o sangue as pessoas podem produzir e tem que ter uma zona de comercialização “, disse.
Após o melhoramento da Estrada Nacional Número 1, o próximo desafio é a ligação entre distritos.
Sobre a liquidação por Imposto de Valor Acrescentado (IVA), o Presidente da República, garante que o executivo vai trabalhar será reflectida.
Ressalvou que um dos objectivos ao se criar o gabinete de reformas e projectos estratégicos é desburocratizar pelo facto da mesma criar condições para corrupção .
(AIM)
MR/sg