
Signatários da Decisão Final do Investimento do projecto FLNG Coral Norte
Maputo, 02 Out (AIM) – O projecto da plataforma Flutuante de Gás Natural Liquefeito (FLNG) Coral Norte, na bacia do Rovuma, província de Cabo Delgado, poderá gerar mais de três mil milhões de dólares, em contratos com pequenas, médias empresas moçambicanas durante a fase de sua instalação.
O facto foi avançado pelo Presidente da República, Daniel Chapo, que sublinhou que acresce a este número mais de 1.400 empregos directos e indirectos para moçambicanos. Nos primeiros seis anos da instalação que inicia em 2028, os contratos para as empresas moçambicanas poderão atingir os 800 milhões de dólares.
Chapo falava minutos após a assinatura da Decisão Final do Investimento (DFI) um instrumento que materializa o investimento de cerca de 7,2 mil milhões de dólares para a construção da FLNG Coral Norte, acto efectivado hoje em Maputo.
Assinaram os termos da DFI, a directora-geral da Eni Rovuma Basin, Marica Calabrese; o presidente e director-geral da Companhia Nacional de Exploração e Desenvolvimento de Petróleo e Gás da China (CNODC) He Wenyuan; o director sénior da Korea Gas Corporation (KOGAS) Mozambique, Ju Moon Sung; e o director de Gestão de Activos Internacionais da XRG, Bassem Tadros; e a Presidente do Conselho de Administração (PCA) da Empresa moçambicana de Hidrocarbonetos, Ludovina Bernardo.
Todas as empresas estrangeiras que assinaram a DFI formam um consórcio liderado pela petrolífera italiana Eni.
Trata-se de uma oportunidade única para as micro, pequenas e médias empresas moçambicanas se capacitarem técnica e financeiramente, se tornarem competitivas e fornecedoras no mercado global.
“É esta a nossa visão, por isso criámos vários fundos, entre os quais o Fundo de Garantia Mutuária para que as pequenas e médias empresas nacionais possam-se fortificar e tenham esta oportunidade de negócio”, afirmou.
O projecto FLNG, segundo o Chefe do Estado, não é apenas uma obra de engenharia, mas sim uma obra de esperança para os moçambicanos, e que chega numa altura em que o país enfrenta desafios macroeconómicos e sociais importantes.
Como exemplo citou pressao sobre a balança de pagamentos, necessidade urgente de criação de emprego, principalmente para os jovens e mulheres moçambicanas, incluindo o imperativo de diversificação da economia, para que as receitas não venham só do gás, mas também dos sectores do turismo, agricultura, energia, indústria.
Por isso, Chapo deseja que o projecto do Coral Norte seja um pilar de estabilidade económica e social de Moçambique, catalisador de industrialização e instrumento de prosperidade inclusiva entre os moçambicanos.
Sobre o contexto internacional, a DFI para o início do projecto, o Presidente reconhece o actual mundo caracterizado por tensões geopolíticas, volatilidade dos mercados e urgência de combater as alterações climáticas.
O gás natural é reconhecido como combustível de transição energética ao nível do mundo inteiro, menos poluente do que outros combustíveis fósseis e crucial para a segurança energética global, portanto, pela sua localização geoestratégica entre Ásia e Europa, Moçambique está particularmente bem posicionado, mormente a qualidade do seu gás, com baixo teor de enxofre e suas reservas de classe mundial.
“Mas o sucesso deste empreendimento depende também da nossa capacidade de geri-lo com responsabilidade, competência, humildade, transparência e, sobretudo, boa governação”, disse.
Por isso, Chapo recomenda que o país assegure que o gás doméstico e o condensado cheguem nas quantidades acordadas com a Eni, “e a preço acessível para servir às nossas indústrias e para as famílias moçambicanas”.
(AIM)
Ac /sg