Ministro da Economia, Basílio Muhate, discursa no encerramento da 20ª Conferência Anual do Sector Privado
Maputo, 15 Nov (AIM) – O governo moçambicano define a recém-terminada 20ª Conferência Anual do Sector Privado (CASP) como ponto de viragem para uma nova etapa de reformas económicas, marcada pela institucionalização do diálogo público-privado e pela conversão das propostas discutidas em acções concretas e mensuráveis.
O ministro da Economia, Basílio Muhate, que encerrou o evento, sublinhou que a orientação dada pelo Presidente da República, Daniel Chapo, é clara “a CASP deixa de ser um muro de lamentações para ser uma conferência de acção”.
A criação do Observatório do Ambiente de Negócios e do Observatório de Reformas são apontados como alguns instrumentos-chave que vão ajudar a monitorar, de forma técnica e sistemática, a implementação das referidas reformas.
Ao destacar os avanços registados, o ministro revelou que cerca de 80% das acções constantes da matriz de seguimento da 19ª CASP foram concluídas, reflectindo maior compromisso institucional. Acrescentou que o Governo continuará a trabalhar nas medidas pendentes, garantindo maior previsibilidade e responsabilização na execução.
O diálogo público-privado foi reafirmado como o “coração da política económica participativa”, conforme afirmou o Presidente da República na abertura da conferência.
A nova abordagem assenta na coordenação estreita entre Governo, sector privado e parceiros de cooperação, visando acelerar a transformação estrutural da economia.
Durante os dois dias de debates, foram identificadas prioridades estratégicas para sustentar essa viragem, incluindo a reforma fiscal para estimular competitividade, a digitalização dos serviços do Estado para reduzir custos e burocracia, o fortalecimento do Estado de Direito, e a dinamização da agricultura, logística, turismo e indústria transformadora.
A conferência destacou também a necessidade de ampliar o acesso ao financiamento produtivo. Vários instrumentos, como fundos de garantia, fundos de recuperação económica e oportunidades de financiamento regional e internacional, foram apresentados. As salas de negócios mobilizaram 54 projectos orçados em cerca de 800 milhões de dólares, demonstrando maior articulação entre empreendedores e investidores.
O Governo apela à CTA e às associações empresariais para intensificarem a divulgação das oportunidades de financiamento, sobretudo para jovens, mulheres e PME’s, reforçando que o impacto das reformas depende da inclusão económica.
A CTA, por seu lado, reafirmou o seu compromisso em apoiar a transformação de ideias em investimentos, destacando o fortalecimento do conteúdo local e a capacitação de empresas nacionais para participarem de forma competitiva nas cadeias de valor.
Concluiu apelando à preparação antecipada da 21ª CASP, agendada para Junho ou Julho de 2026, e lançou o repto para que futuras edições possam decorrer noutras regiões do país, reforçando o carácter inclusivo do diálogo económico nacional.
(AIM)
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