Projecto Mozambique LNG
Maputo, 19 Nov (AIM) – O governo de Moçambique decidiu fazer uma auditoria para aferir os custos incorridos durante o período de força maior, que vigora desde Abril de 2021, no acampamento da petrolífera francesa TotalEnergies, onde está localizado o projecto Mozambique Gás Natural Liquefeito (LNG), na península de Afungi, distrito de Palma, província setentrional de Cabo Delgado.
O anúncio foi avançado terça-feira (18), em Maputo, pelo porta-voz do governo, Inocêncio Impissa, que explicou que após a auditoria vai seguir a aprovação da adenda ao plano de desenvolvimento do Mozambique LNG, na Área 1, da Bacia do Rovuma.
O plano “assegura que o governo acompanhe a implementação do projecto nas diversas matérias transversais”, disse Impissa, que falava à imprensa, após a 39ª sessão ordinária do Conselho de Ministros.
O governo, segundo Impissa, que também é ministro da Administração Estatal e Função Pública, está a acompanhar o desenrolar dos acontecimentos no mundo e que deve ter informações oficiais.
O porta-voz assim se pronunciou tendo em conta também a questão na qual ha acusaçoes de cumplicidade em crimes de guerra, e atendendo que a mesma petrolífera tenciona retomar o projecto LNG da Área 1, em Cabo Delgado.
Impissa reconhece a capacidade de a TotalEnergies adoptar mecanismos de se infiltrar nas administrações internas dos Estados, afirmando que a gestão de cada caso é diferente, e “naturalmente, em função da gravidade, se este for o caso, o país, o governo, vai naturalmente posicionar-se”.
Fez saber que a decisão do Conselho de Ministros abre espaço “para que a TotalEnergies volte a intervir depois do levantamento da força maior”.
Por isso, Impissa vincou que o Executivo precisa de mais dados para “tomarmos uma decisão crítica em relação a qualquer entidade que coopera com o nosso Estado, e dentro da questão da soberania”.
“Mas não deixaremos de estar atentos, de facto, para acompanhar e ver o que é que está efectivamente a acontecer”, referiu.
Em finais de Outubro último, a TotalEnergies fez circular um comunicado de imprensa em que declarava o levantamento da força maior e, em simultâneo, anunciava a retoma do projecto Mozambique LNG.
O anúncio da TotalEnergies gerou uma enorme expectativa no sector energético, sector privado, bem como entre as autoridades nacionais.
A TotalEnergies suspendeu as actividades após um ataque terrorista a Palma, que fez mais de 50 mortos e centenas de feridos.
No comunicado, a TotalEnergies pediu ao governo uma prorrogação de dez anos para iniciar o período de desenvolvimento e produção no projecto Mozambique LNG, como consequência dos danos causados pela força maior, calculados em mais de 4,5 biliões de dólares.
O Executivo moçambicano ainda não aprovou a retoma do projecto.
(AIM)
Ac/mz
