Maputo, 19 Nov (AIM) – O Presidente da República de Moçambique, Daniel Chapo, instou a Universidade Eduardo Mondlane (UEM) a manter-se fiel à sua vocação histórica de produzir conhecimento transformador e quadros de elevada qualidade, num contexto em que o país procura consolidar a sua Independência Económica.
O Chefe do Estado fez esta abordagem esta quarta-feira, 19, em Maputo, durante a cerimónia da Segunda Graduação de 2025, a nível da UEM, a mais antiga instituição de ensino superior em Moçambique.
“A universidade é o lugar onde se pensa o país, onde se desenham soluções e onde se alimenta a esperança colectiva. A UEM deve prosseguir firme na sua missão de formar quadros de excelência, investigar com propósito e inovar com impacto”, disse Chapo.
Chapo destacou o papel central da academia na construção de uma sociedade do conhecimento, apontando que Moçambique necessita de instituições de ensino superior que estejam profundamente ligadas à economia real.
“Precisamos de uma universidade que dialogue com a economia e com a sociedade, que forme empreendedores, que transforme a pesquisa em produto e conhecimento em bem público”, afirmou, recordando que a universidade não deve isolar-se dos campos agrícolas, das fábricas, das “startups” e das comunidades.
O Chefe de Estado saudou a produção científica da UEM, felicitando particularmente alguns novos doutores, cuja investigação levada a cabo por eles, enriquece Moçambique.
Reafirmou o compromisso do Governo em apoiar as universidades públicas e privadas no fortalecimento da investigação, modernização da infraestrutura e valorização do corpo docente. “Queremos ver nascer em Moçambique uma sociedade do conhecimento. O principal recurso deste país é o capital humano”, sublinhou.
Num discurso marcado pela valorização da juventude graduada, Chapo lançou três desafios estratégicos à UEM. O primeiro é adequar a formação às necessidades reais do mercado.
O segundo, que é o domínio ético da inteligência artificial. “A universidade deve ensinar os nossos jovens a usar a inteligência artificial para pensar melhor e com ética, sem perder a inteligência humana”, afirmou.
O terceiro apelo dirigiu-se ao envolvimento activo no Diálogo Nacional Inclusivo, incentivando a academia a contribuir com análises e propostas.
“A UEM pode, querendo, submeter as suas contribuições à Comissão Técnica. Este desafio é extensivo às demais instituições de ensino superior do país”, lembrou.
Dirigindo-se aos graduados, o Presidente reforçou o apelo ao patriotismo e ao serviço público, lembrando aos novos formandos que “vós sois o rosto da esperança do nosso país. Assumam o compromisso de servir Moçambique com competência, ética e humildade”, disse.
A cerimónia foi marcada por forte simbolismo num ano de celebrações dos 50 anos da Independência Nacional, onde a universidade funciona como coração intelectual do país e pilar essencial da construção de um futuro baseado na ciência, na inovação e na unidade nacional.
(AIM)
Paulino Checo (PC)/mz
