Maputo, 22 Nov (AIM) – A necessidade urgente de reformas pedagógicas na Universidade Católica de Moçambique (UCM) marcou o início dos debates no VII Congresso Internacional da instituição, decorrente no âmbito das celebrações dos seus 30 anos.
Diversos estudos apresentados no encontro convergem na mesma conclusão, sobre a modernização dos métodos de ensino e aprendizagem como elemento indispensável para responder às exigências actuais do ensino superior no país.
O evento reúne académicos, investigadores, estudantes e representantes de entidades públicas e privadas, num espaço de reflexão sobre os desafios emergentes e as tendências que moldam o futuro da educação superior em Moçambique.
A inovação pedagógica, assente em metodologias inclusivas, dinâmicas e adaptadas ao contexto contemporâneo, foi definida como eixo estruturante para esta transformação.
Entre os estudos apresentados no painel científico, destacou-se a investigação conduzida por José Caetano, envolvendo mais de 1.500 estudantes finalistas de 13 instituições de ensino superior.
Os resultados mostram que a maioria considera essencial adoptar metodologias inovadoras que promovam competências práticas, técnicas e socioemocionais, consideradas cruciais para a empregabilidade.
Outro trabalho apresentado centrou-se no impacto da disciplina Habilidades de Vida na formação académica e pessoal dos estudantes.
Segundo os investigadores, 77 por cento dos inquiridos reconhecem que esta unidade curricular contribui significativamente para o desenvolvimento do pensamento crítico, para uma tomada de decisões mais responsável e para a adopção de estilos de vida saudáveis, factores que reforçam a importância de uma educação que vá além da sala de aula e integre dimensões humanas, sociais e éticas.
A inclusão e o acesso equitativo ao ensino superior foram igualmente objecto de análise através da pesquisa de Avelino Zonk, dedicada aos desafios enfrentados por estudantes, trabalhadores na sua transição para a universidade.
Entre os principais obstáculos identificados estão a carga laboral, a rigidez dos horários e metodologias pouco flexíveis às suas necessidades. O académico defende a implementação de modelos híbridos, ensino digital e abordagens centradas no estudante como soluções fundamentais para garantir a permanência e o sucesso desta franja estudantil.
A educação para a paz surgiu também como elemento-chave na agenda de inovação pedagógica. Juvêncio Vena argumentou que as universidades devem incorporar conteúdos que promovam convivência pacífica, resolução de conflitos e coesão social, assumindo um papel activo na construção de ambientes académicos mais seguros, inclusivos e alinhados com o desenvolvimento humano integral.
As sessões de debate encerraram com reflexões sobre o ensino bilingue, o uso de tecnologias educativas e a aplicação de metodologias activas ajustadas ao contexto moçambicano. Os participantes enfatizaram que, ao impulsionar estas práticas, a UCM reafirma a sua posição como instituição de referência na modernização do ensino superior e na formação de profissionais mais preparados, competentes e socialmente comprometidos.
(AIM)
Isabel Nhampossa/pc
