Director da Electricidade de Moçambique – Área de Quelimane, Ludovino Beleza, em declarações à imprensa
Quelimane (Moçambique), 19 Dez (AIM) – A Electricidade de Moçambique (EDM) registou, na província central da Zambézia, prejuízos avaliados em cerca de 3,8 milhões de meticais (cerca de 59,5 mil dólares), resultantes de actos de vandalização e roubo de infra-estruturas eléctricas ao longo do ano prestes a findar.
A informação foi avançada esta sexta-feira, em Quelimane, pelo director da EDM – Área de Quelimane, Ludovino Beleza, em declarações à imprensa.
Segundo a fonte, os prejuízos decorrem da destruição e furto de diverso material eléctrico, com maior incidência em esquias, geradores, postes, contadores e instalações eléctricas, afectando significativamente a capacidade de fornecimento de energia em vários pontos da província.
“O prejuízo resultante destes actos de vandalização ascende a cerca de três milhões e oitocentos mil meticais, sendo o distrito de Mocuba identificado como o epicentro destas práticas criminosas”, afirmou Beleza, acrescentando que várias residências ficaram privadas de electricidade.
Em ligação com os crimes, o responsável revelou que estão em curso procedimentos legais para a responsabilização de três indivíduos indiciados como autores dos actos de vandalização e roubo de material eléctrico.
Para travar a onda de destruição do património público, a EDM está a desenvolver campanhas de sensibilização junto das lideranças locais, a todos os níveis, apelando à vigilância comunitária como forma de reduzir os índices de roubo e vandalização das infra-estruturas eléctricas.
“A EDM mantém uma interacção constante com as comunidades, com vista a reforçar os mecanismos de sensibilização e despertar a população para o impacto negativo dos prejuízos causados por actos de sabotagem das infra-estruturas eléctricas em toda a província”, disse a fonte.
Relativamente aos trabalhos de electrificação rural, Ludovino Beleza destacou avanços significativos com vista a assegurar a cobertura total dos 49 postos administrativos existentes na província, dos quais apenas seis ainda aguardam procedimentos subsequentes para serem electrificados.
Entre os postos administrativos com projectos aprovados pelo Governo e que aguardam mobilização de fundos, destacam-se Chire e Megaza, no distrito de Morrumbala; Campo, no distrito de Mopeia; e Tacuane e Muabanama, nos distritos de Lugela e Milange, respectivamente.
Segundo explicou, decorre actualmente a observância dos protocolos necessários para a mobilização de financiamento, sem, no entanto, avançar prazos concretos para o início das obras.
“Até ao momento, registámos cerca de 40 mil novas ligações eléctricas, sendo 19 mil na zona sul da província e 20 mil na região norte, o que representa uma evolução significativa no acesso à energia”, apontou.
De acordo com os dados apresentados, a taxa de acesso à energia eléctrica na Zambézia passou de 24 por cento, no início do projecto Energia para Todos, para 35 por cento, nos últimos cinco anos, representando um crescimento de 11 pontos percentuais, com a meta de alcançar uma cobertura ainda mais ampla até 2030.
Questionado sobre a prontidão da EDM durante a quadra festiva e a época chuvosa, o director assegurou que foram activadas brigadas multissectoriais para garantir uma resposta rápida à reposição da rede eléctrica sempre que necessário.
“Em situação normal, registamos entre 20 a 25 avarias diárias em Quelimane. Com a época chuvosa, este número subiu para cerca de 40 a 45 avarias por dia”, explicou.
Face a este cenário, a EDM reforçou a sua capacidade operativa, aumentando de três para cinco equipas móveis, além de reposicionar o piquete em regime de 24 horas, medida que, segundo Beleza, permitirá dar melhor resposta às solicitações dos clientes.
A fonte indicou ainda que muitas avarias resultam dos efeitos das intempéries, que fragilizam as infra-estruturas eléctricas, sublinhando que, embora estejam a ser feitos arranjos técnicos pontuais, algumas estruturas carecem de intervenções mais profundas.
“Em toda a província está em curso a implantação de infra-estruturas mais resilientes aos fenómenos naturais”, concluiu.
(AIM)
Lopes Obadias (Colaboração) /sg
