Foto família
Maputo, 21 Dez (AIM) – Um total de 38 comunicadores de diversos órgãos de comunicação social da cidade de Maputo beneficiaram, há dias, de uma indução sobre o Programa de Empoderamento da Mulher e da Rapariga, designado EMPODERA.
O projecto visa promover o empoderamento de raparigas e mulheres jovens através do fortalecimento institucional, digital e comunitário, com enfoque na prevenção e resposta à Violência Baseada no Género (VBG) em Moçambique.
A indução é uma iniciativa do Ministério do Trabalho, Género e Acção Social (MTGAS) e reuniu comunicadores, jornalistas e apresentadores de programas que abordam matérias relacionadas com a VBG e áreas afins.
A actividade teve como objectivo socializar o Programa EMPODERA e contribuir para a melhoria da abordagem de temas sensíveis ao género, com foco na mudança social e de comportamento, a partir do trabalho da comunicação social.
Falando na sessão de encerramento, a directora nacional de Género no MTGAS, Ciana Daúde, afirmou que a indução serviu para reforçar conhecimentos e socializar o papel estratégico da comunicação social enquanto agente de mudança.
“Reconhecemos que a forma como comunicamos influencia posições, comportamentos e atitudes, podendo contribuir decisivamente para a prevenção da violência, bem como para a protecção, recuperação e preservação da identidade dos sobreviventes”, disse Daúde.
A dirigente deixou recomendações essenciais aos participantes, resultantes das reflexões partilhadas durante a indução, sublinhando a necessidade de uma abordagem responsável, ética e empática dos temas ligados à Violência Baseada no Género, respeitando sempre a dignidade, a privacidade e a confidencialidade dos sobreviventes e de suas famílias.
Reforçou ainda a importância da verificação rigorosa da informação, de modo a evitar a disseminação de conteúdos sensacionalistas, estigmatizantes ou que possam contribuir para a revictimização dos sobreviventes.
A fonte recomendou também que os órgãos de comunicação social contribuam activamente para a educação da sociedade, promovendo mensagens de prevenção da violência, igualdade de género, respeito mútuo e mudança de comportamento, bem como a divulgação clara, acessível e contínua dos serviços de apoio aos sobreviventes, incluindo os Centros de Atendimento Integrado (CAI’s), linhas de denúncia e outros mecanismos de protecção social.
Referiu que os comunicadores devem igualmente apoiar a divulgação de iniciativas que promovam a melhoria da qualidade de vida, alinhadas aos quatro eixos prioritários de intervenção do Programa EMPODERA, nomeadamente a autonomia económica, o empoderamento, a prevenção e eliminação da VBG e a quebra de tabus sociais.
Segundo Daúde, o sucesso do EMPODERA não depende apenas de políticas públicas e investimentos financeiros, mas sobretudo do engajamento activo e responsável de cada comunicador, que detém o poder de ampliar vozes, influenciar mentalidades, promover mudanças positivas e, acima de tudo, salvar vidas.
A dirigente agradeceu a participação de todos os formandos, parceiros e instituições envolvidas, com destaque para a Associação “Tu para Tu” e o Banco Mundial, que financiou a formação, pelo apoio contínuo às iniciativas de promoção da igualdade de género e empoderamento da mulher e da rapariga jovem em Moçambique.
A indução contou com a participação de quadros do MTGAS ligados à área de género e abordou temas como a visão e abordagem de género até 2029, a socialização do Programa EMPODERA, o papel dos CAI’s e das linhas de denúncia, bem como normas sociais e cobertura humanizada da Violência Baseada no Género.
(AIM)
Fernanda da Gama (FG) /sg
