0323PEX – MOÇAMBIQUE/CERCA DE 90% DA POPULAÇÃO TEM DIETA ALIMENTAR ACEITÁVEL
Maputo, 15 Mar (AIM) – Um estudo sobre a Segurança Alimentar Pós-Colheita de 2022-2023 mostra que cerca de 90 por cento da população moçambicana tem uma dieta aceitável para satisfazer suas necessidades energéticas diárias.
No entanto, revela que cerca de 10 por cento da população, equivalente a perto de um milhão de cidadãos estão numa situação de insegurança alimentar em níveis de crise e emergência, necessitando de ajuda urgente para satisfazer as necessidades básicas.
Para fazer face a emergência, já estão assegurados 40 milhões de dólares norte-americanos para o Programa Mundial de Alimentação (PMA) intervir no auge da escassez, sobretudo na província de Cabo Delgado, zona norte, que se abate com crise de deslocados internos devido aos ataques terroristas naquela região.
Os dados indicam, no geral, que o país reduziu a proporção de pessoas que enfrentam níveis de insegurança alimentar aguda, saindo de 13 por cento, em 2022, para 10 por cento em 2023, contrariando a tendência da região que os indicadores da fome tendem a aumentar devido há vários factores, com destaque para calamidades naturais.
Os dados foram divulgados hoje (15), em Maputo, pelo ministro da Agricultura e Segurança Alimentar, Celso Correia, quando apresentava o relatório de Segurança Alimentar Pós-Colheita encomendado pelo Secretariado Técnico de Segurança Alimentar e Nutricional e realizado na base da metodologia IPC-inSAA, recomendada pela SADC para avaliação e análise da vulnerabilidade alimentar em cinco fases.
“No período em análise, cerca de 90 por cento da população teve uma dieta aceitável. Em Moçambique 958.600 pessoas encontram-se no nível de emergência e necessitam de ajuda alimentar, destas 690.400 encontram-se na província de Cabo Delgado”, disse o ministro.
Correia afirmou que o país foi classificado em cinco fases de insegurança alimentar, sendo que não há nenhum moçambicano que se encontra na quinta fase que é a de Catástrofe e Fome, onde as famílias sofrem uma extrema falta de alimentos, cenário que só se observa quando se regista níveis extremos de desnutrição aguda e mortalidade.
Das cinco fases, a primeira é de pessoas em situação de segurança alimentar correspondente a 30 por cento da população (16 milhões de pessoas), a segunda fase é de pessoas em situação de estresse com acima de 12 milhões de pessoas, terceira fase de pessoas em situação de crise com dois milhões de pessoas.
Respondendo sobre o que o ministro quis dizer quando afirmou recentemente numa reunião com a Organização para Alimentação e Agricultura (FAO) em Roma, na Itália, que 90 por cento da população moçambicana tinha três refeições por dia, o governante reafirmou que fez a afirmação com base no estudo em alusão.
“O que afirmei foi que 90 por cento da população tem refeição segura, o que significa que já conseguem ter três refeições por dia”, disse o ministro.
O estudo abrangeu 10 províncias, 151 distritos, 11 cidades capitais com uma amostra de 12.890 agregados familiares.
(AIM)
Paulino Checo (PC)/mz
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