
Maputo, 21 Jun (AIM) – Os indicadores de desnutrição crónica e insegurança alimentar mostram que o pais registou uma redução significativa da situação de insegurança alimentar no período compreendido entre 1996 até 2013/ 2014.
Os dados do Inquérito Demográfico e de Saúde (IDS) indicam que nos últimos 10 anos a taxa de desnutrição crónica em crianças menores de 5 anos de idade, reduziu de 43 por cento para os actuais 37 por cento.
Apesar desta evolução positiva, a Organização Mundial da Saúde considera muito altos. A OMS considera um máximo de 20 por cento como aceitáveis.
“A título de exemplo, os resultados da avaliação pós-colheita 2024, cerca de 1,49 milhões de pessoas estavam em situação de insegurança alimentar aguda (IPC Fase 3+), o que representa 13 por cento da população dos distritos abrangidos e cerca de 4,5 por cento da população moçambicana e cerca de 46 mil estavam em situação de emergência (IPC Fase -4), necessitando de assistência humanitária urgente visando salvar vidas e meios produtivos”, disse ministro da Agricultura, Ambiente e Pescas, Roberto Mito Albino.
A fonte garante que Segurança Alimentar e Nutricional tem sido considerada prioridade do governo de Moçambique, desde e após independência.
Referiu que as projecções indicam que 1,96 milhões de pessoas estariam em situação de insegurança alimentar aguda, o que representa 17 por cento da população dos distritos avaliados e cerca de 5,9 por cento da população moçambicana dos quais 212 mil pessoas estariam em situação de emergência.
O governo ainda aguarda que a avaliação de Segurança Alimentar e Nutricional pós choque traga situação actual das comunidades.
Albino referiu que o país não está indiferente a outros desenvolvimentos a nível internacional com vista a expansão da nutrição assim como aceleração da redução da desnutrição crónica.
“Neste sentido destaca-se que na última cimeira de nutrição realizada em Tóquio em 2021, o governo de Moçambique assumiu três (3) compromissos com objectivo de âmbito político, financeiro e de impacto, alinhados com a Estratégia de Segurança Alimentar e Nutricional (ESAN III) visando alcançar os objectivos de desenvolvimento sustentável (ODS) até 2030”, referiu.
A fonte fez saber que os ODS têm em vista a redução da desnutrição crónica em crianças menores de 5 anos de idade, de 38 por cento em 2020 para 30 por cento em 2030.
Informou que os ODS visam fortalecer o quadro legal que promova a saúde e o bem-estar, desenvolvendo a estratégia de alimentação saudável e desenvolver os guias alimentares até 2030.
O governo com o apoio de parceiros desenhou a primeira Política e Estratégia de Segurança Alimentar e Nutricional (PESAN), aprovado pelo Conselho de Ministros a 13 de Agosto de 2024.
O PESAN assenta em seis pilares incluindo produção e disponibilidade de alimentos nutritivos, acesso aos alimentos a todo momento e em todo lugar, uso e utilização dos alimentos a todo momento e permanemente, governação e sistemas de informação de Segurança Alimentar Nutricional (SAN) e a mobilização de recursos e investimentos.
Por isso, o governo apela a todos intervenientes, incluindo entidades governamentais, sociedade civil, sector privado e academias a encontrar espaço para dar o seu contributo na resposta aos desafios impostos para aprimorar a Segurança Alimentar e Nutricional.
Ressalvou que o contributo deve ser dado as áreas chaves, tais como aumento da produção, disponibilidade de alimentos nutritivos, capacidade das fontes para o acesso a alimentos, uso de alimentos com enfoque para mulheres grávidas e lactantes, raparigas e crianças com menos de 5 anos de idade entre outros.
(AIM)
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