Maputo, 15 Out (AIM) – O presidente da Renamo, o maior partido da oposição, rejeita os resultados da contagem dos votos das VI eleições autárquicas de 11 de Outubro, que estão sendo divulgados pela Comissão Nacional de Eleições, mas coloca fora de hipótese a possibilidade do regresso à guerra.
Ossufo Momade anunciou o facto hoje (15), em Maputo, minutos após o término da Sessão Extraordinária alargada da Comissão Política Nacional da Renamo, que tinha como principal ponto da agenda analisar o decurso do processo de votação e apuramento das VI eleições autárquicas.
“Não aceitar e repudiar todos os resultados eleitorais que estão a ser divulgados”, disse Ossufo Momade, apontando como exemplos as autarquias de Nampula, Angoche, Nacala, Ilha de Moçambique, Quelimane, Vilanculos, Matola, Marracuene e Cidade de Maputo.
Por isso, Momade convoca todos os moçambicanos para uma série de acções, particularmente uma manifestação geral em repúdio contra quaisquer manipulações dos resultados a partir de terça-feira.
“A manifestação que vai iniciar no dia 17 de Outubro é contínua, não queremos uma manifestação violenta queremos uma manifestação pacífica e a duração vai depender do comportamento do regime”, disse, o líder da oposição em Moçambique.
Questionado sobre a forma como a Renamo tenciona pressionar o governo, pois já não possui armas com o fim do Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) da sua força residual, Momade foi peremptório ao afirmar que não à guerra.
Momade vincou que o uso das armas não é a única alternativa da Renamo.
Perante a insistência dos jornalistas sobre os meios de pressão que a Renamo tenciona usar, Ossufo Momade respondeu que a manifestação é um direito consagrado na Constituição da República.
“Vocês jovens querem que um dia nós voltemos às matas? Vocês não querem que continuemos a pautar pela paz? É um jovem que está a me obrigar para eu ir às matas?”, questionou
“Por amor de Deus, nós temos que respeitar que o povo moçambicano está cansado das guerras. Tivemos a guerra dos 10 anos, tivemos a guerra dos 16 anos e esta guerra em Cabo Delgado. O que eu quero é uma manifestação nacional e não a guerra”, acrescentou.
Entre as irregularidades apontadas pela Renamo destacam-se presidentes das Mesas de Voto instruídos para não entregar as actas e os editais aos delegados de candidatura da Renamo, detenção ilegal dos representantes da Renamo, incluindo mandatários de candidatura em várias autarquias e ano afixação de actas e editais ou foram rasgados após a sua afixação.
(AIM)
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