Beira (Moçambique), 05 Dez (AIM) – Jornalistas de diversos órgãos de comunicação social estão reunidos na cidade da Beira, província de Sofala, centro de Moçambique, para capacitação sobre difusão de informação relativa à redução de riscos de desastres naturais.
O evento, com a duração de cinco dias, é organizado pela Rede de Comunicadores Amigos da Criança (RECAC) e financiado pelo Fundo da Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
Os profissionais de comunicação social serão dotados de conhecimentos sobre mudanças climáticas em Moçambique, vulnerabilidade aos desastres naturais, e vulnerabilidade infantil aos desastres naturais em Moçambique.
Serão debatidos temas como vulnerabilidade de outros segmentos vulneráveis aos desastres naturais, papel dos media no enfrentamento das mudanças climáticas, plano de comunicação antes, durante e depois do descarte.
A assistência a pessoas com deficiência em emergência, abordagem de resgate no contexto de calamidades naturais, nos centros de acolhimento e na comunicação social, acção de resposta a calamidades por parte do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), jornalismo investigativo e técnicas de redacção e humanização de matérias sobre direito da criança no contexto de desastres naturais são outros assuntos a serem abordados na formação.
A representante do UNICEF na província de Sofala, Dezi Mahotas, disse hoje (05), na Beira, que a capacitação tem grande importância, pois acontece numa altura em que Moçambique entra para uma época chuvosa e é vulnerável a desastres ou calamidades naturais.
“É papel do jornalista fazer com que a voz daqueles que não tem voz seja ouvida principalmente nesses períodos em que nos encontramos. O nosso país está mais exposto a riscos de eventos naturais, onde temos a província de Sofala com mais pessoas afectadas. Essas calamidades afectam também grande número de crianças,” afirmou Dezi Mahotas.
Acrescentou que “muitas vezes esses fenómenos obrigam a retirada da criança da escola principalmente a rapariga. Priva-la de outros direitos.”
Como consequência, segundo a fonte, as crianças ficam expostas a vários riscos como doenças, uniões prematuras, violência, trabalho infantil. “Estes mecanismos de sobrevivência fazem com que os agregados familiares fiquem mais pobres e vulneráveis”.
Entretanto, a directora executiva da Rede de Comunicadores e Amigos da Criança, Célia Claudina, pediu maior reflexão sobre como é que os jornalistas tratam questões relacionadas com a criança nas redacções.
Destacou o poder de imprensa na mudança de comportamento e atitude dos servidores na busca de solução dos problemas que afectam a população.
“O que fazer mais sobre a criança. Que impacto os nossos artigos podem trazer na sociedade, olhando para os grupos mais vulneráveis como a criança, pessoa idosa e outros. Trazer um panorama que possa ajudar o governo a tomar medidas imediatas contra qualquer problema que prejudique a criança. Esse é que deve ser o nosso papel como comunicadores”, disse Célia Claudina.
Referiu que “devemos trazer um ângulo de abordagem que vai ajudar a desenhar políticas concretas que tragam resposta aos problemas da população.”
“Como jornalistas, somos parte nesta luta. Saber que juntos podemos ajudar aquela pessoa que não tem voz”, defendeu.
A formação beneficia perto de 40 jornalistas oriundos de quatro províncias do centro de Moçambique, nomeadamente, Tete, Zambézia, Manica e Beira, esta última que é anfitriã.
(AIM)
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