
Presidente da República, Filipe Nyusi, inaugura Centro de Educação Ambiental no Parque Nacional de Maputo
Maputo, 14 de Fev (AIM) – O governo moçambicano reconhece que a presença de comunidades no interior do Parque Nacional de Maputo (PNM) e zona tampão está a impedir a introdução de predadores, necessários para garantir o equilíbrio ecológico nesta área de conservação.
A preocupação foi expressa hoje (14) pela ministra Terra e Ambiente, Ivete Maibase, durante inauguração do Centro de Educação Ambiental, um acto que foi dirigido pelo Presidente da República, Filipe Nyusi.
A infra-estrutura, orçada em três milhões de dólares, foi financiada apelo Banco Mundial através do projecto MozBio. Inclui um posto de fiscalização, posto de vigilância, centro de pesquisa e alocação de viaturas para patrulhas e assistência comunitária.
Mesmo assim são frequentes os casos de conflito Homem-animal, particularmente com os elefantes que abundam na região onde, vezes sem conta, entram em rota de colisão com as comunidades, destruindo machambas entre outros incidentes.
Por isso, face a importância da presença de predadores naquela área de conservação, com todos os benefícios para a biodiversidade, o governo já está a busca parcerias para a retirada das comunidades que ainda residem no interior, como forma de reduzir os casos de conflito Homem-animal.
“Temos comunidades ainda no interior do parque. Aquilo que o Governo está a tentar fazer é encontrar parcerias para garantir a retirada destas comunidades”, disse.
Maibase considera arriscado, neste momento, a introdução de predadores numa altura em o parque está rodeado de zonas urbanas como a Ponta de Ouro e o surgimento de construções de habitações a volta da área de conservação, com todos os riscos que isso acarreta para a convivência dos animais com as comunidades.
“Este parque tem uma família enorme de elefantes e se introduzirmos animais predadores teríamos que avaliar bem a demanda populacional. Temos que ponderar e avaliar essa questão”, salientou.
Já o administrador do parque, Miguel Gonçalves, advertiu que o PNM tem poucos animais carnívoros, havendo necessidade de reintrodução de leopardos, hienas e ou chitas para assegurar o equilíbrio ecológico.
Refira-se que o PNM recebeu, nos últimos anos, um número elevado de animais herbívoros, como parte integrante de um programa de reintrodução de animais que arrancou em 2010.
Na altura, constatou-se que aquela área de conservação tinha perdido a sua fauna e algumas das suas espécies extintas localmente, razão pela qual foram introduzidos no PNM cerca de cinco mil animais de 11 espécies, nos últimos 14 anos.
Com o sucesso na reintrodução dos animais herbívoros, como elandes, girafas, inhalas, cudos, fococeiros, entre outros, o desafio do parque, actualmente, passa pela garantia do equilíbrio ecológico, que significa reintrodução de predadores.
O exercício do repovoamento animal no PNM resulta de um acordo de gestão partilhada entre a Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC) e a Peace Parks Foundation (PPF), uma organização sul-africana comprometida com a conservação nas áreas de conservação transfronteiriças.
(AIM)
Paulino Checo (PC)/sg