Maputo, 22 Fev (AIM) – A bancada do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) na Assembleia da República (AR), o parlamento moçambicano, defende auditoria independente em todas as empresas públicas para verificar a sua gestão financeira, incluindo os investimentos realizados nos últimos anos.
O facto foi anunciado pelo chefe da bancada do MDM, a segunda maior força da oposição parlamentar, Lutero Simango, que falava durante a cerimónia de abertura da IX sessão ordinária da AR, que iniciou hoje, em Maputo.
Simango alega que os desvios do dinheiro nas empresas públicas não só descapitaliza, como também as empresas perdem a capacidade de cumprir as suas obrigações fiscais com o Estado.
“As empresas públicas não pagam os devidos impostos de acordo com a real produção”, disse.
Falando concretamente da empresa pública Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), o MDM reitera que a Procuradoria-geral da República (PGR) deve investigar os desvios de dinheiro.
Recentemente, a Fly Modern Ark (FMA), empresa contratada para assessorar a LAM na reestruturação, detectou a ocorrência de actos de corrupção.
O Instituto de Gestão das Participações do Estado (IGEPE) teve conhecimento de desvio de fundos, imóveis adquiridos em favor de terceiros, conta bancária constituída no exterior e Postos de Venda (POS) detidos por pessoas estranhas à LAM.
Há duas semanas, a FMA convocou uma conferência de imprensa para denunciar casos de desvio de fundos, que envolvem trabalhadores de topo da LAM, e que só em Dezembro último, segundo a FMA, desviaram cerca de 3,2 milhões de dólares dos cofres desta companhia aérea.
“A pergunta que não deixa calar é: para onde é que vai esse dinheiro?”, indagou Simango.
Os municípios reclamam a incapacidade financeira de manter as cidades limpas, e por sua vez, o cidadão em cada compra de energia, paga a taxa de lixo.
O chefe da bancada parlamentar do MDM, o segundo partido da oposição no país, apontou também o Fundo de Investimento e Património do Abastecimento de Água (FIPAG) em como merecedor de auditoria financeira.
“Podemos concluir que os elevadíssimos custos de consumo de energia e água praticados pela EDM e FIPAG, respectivamente, podem estar a obedecer a mesma estratégia de saquear dinheiros para contas particulares”, vincou.
A previsão indica que a IX sessão ordinária termine a 30 de maio próximo.
(AIM)
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