Windhoek (Namíbia), 25 de Fev AIM) – O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, garantiu hoje, em Windhoek, na Namíbia, após as exéquias do Chefe de Estado daquele país, Hage Geingob, que Moçambique vai continuar a acompanhar o povo e o Governo namibianos neste momento de consternação.
“Fizemos a nossa parte desde ontem [sábado, 24], hoje continuamos e esperamos que vamos continuar a acompanhar os nossos irmãos. Estiveram muito organizados, são muito unidos. Neste momento há vezes que aparece a desunião, mas este povo nos provou que é bastante maduro; são diferentes em ideias, mas são uma única nação, uma única pátria, um único povo: Namíbia”, disse Nyusi, em conferência de imprensa.
Sublinhou que foi feito o que era necessário em representação dos moçambicanos, acreditando que o povo irmão namibiano vai superar, pois transmitiu-se todo o conforto, incluindo ao novo Presidente, que continuará a receber todo o apoio de Moçambique para que muito rapidamente se insira no ambiente da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) de que ambos países são membros.
De cordo com o estadista moçambicano, a presença de mais de 20 Chefes de Estado e de Governo de todos os continentes é argumento bastante que explica a importância e a grandeza de Hage Geingob, falecido a 4 de Fevereiro, em Windhoek, vítima de doença.
Nyusi e o agora malogrado são considerados da mesma geração em termos de governação, pois as eleições para os cargos de Presidente da República para ambos ocorreram em 2014, sendo em Outubro para Moçambique e mês mais tarde para a Namíbia. Logo depois da sua eleição, tomaram posse, respectivamente, em Janeiro e Março de 2015.
Ainda na fase de pré-candidatura, isso em 2014, ambos trocaram impressões “sobre muita coisa” e chegaram a uma fase de criar uma relação familiar, o que segundo o Presidente Nyusi facilitou o contacto e o tratamento de assuntos no âmbito da cooperação internacional.
“Ele desempenhou um papel muito importante na decisão sobre SAMIM [Missão Militar da SADC], porque o modelo que nós usamos em Moçambique, híbrido, de combate bilateral e multilateral [contra o terrorismo] não teve muita facilidade para ser compreendido, mas o Presidente Hage disse, numa das ocasiões, que Moçambique é um país livre, soberano, e se escolheu o modelo é porque quer explorar todas as energias. Não via os motivos para não deixar que isso acontecesse”, descreveu.
Aliás, o Chefe de Estado lembrou que o Presidente Hage Geingob esteve em Maputo aquando da assinatura do Acordo de Maputo p[ara a Paz e Reconciliação Nacional, entre o Governo e a Renamo, ocorrida a 6 de Agosto de 2019 com o objectivo de estabelecer a paz definitiva no país.
Ademais, destacou o facto de ter demonstrado enorme preocupação face ao terrorismo que assola alguns pontos da província de Cabo Delgado, tendo apoiado no combate à este fenómeno.
“Deu-nos apoios, incluindo material, para podermos aguentar com o combate. Acredito que vão continuar a apoiar com Nonglo [Mbumba], disse Nyusi, referindo-se ao Presidente interino namibiano.
A participação do Chefe do Estado nas exéquias visou, essencialmente, transmitir pessoalmente condolências e manifestar solidariedade ao seu homólogo Nangolo Mbumba, à viúva, ao Governo e ao povo da Namíbia, no âmbito das relações de amizade e laços históricos e de irmandade existentes entre a República de Moçambique e a República da Namíbia.
(AIM)
FF