Chimoio (Moçambique) 07 Mar (AIM) – Pelo menos 200 mulheres beneficiárias do processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) vão beneficiar de formação vocacional e de curta duração na província de Manica, centro de Moçambique.
Trata-se de mulheres desmobilizadas e esposas de guerrilheiros da Renamo, cujos maridos perderam a vida.
Segundo a gestora do Programa de Cultura de Paz (PROPAZ), em Manica, Admila Matsimbe, a iniciativa também abrangerá mulheres que sofreram alguma violência durante o conflito militar na província de Manica.
A formação inicia no próximo mês de Abril e vai beneficiar mulheres já identificadas dos distritos de Vanduzi, Báruè, Sussundenga, Gôndola, Mossurize e Cidade de Chimoio.
Sem avançar os cursos, Matsimbe referiu que a formação será levada a cabo pelo Comitê Internacional de Apoio ao Desenvolvimento dos Povos, em parceria com Instituto de Formação Profissional e Estudos Laborais Aberto Cassimo (IFPELAC) e Associação Levanta Mulher Diga o Seu Caminho (LEMUSICA), no âmbito do programa PROPAZ.
A gestora do programa falava está quinta-feira (07), na cidade de Chimoio, capital província de Manica.
Explicou que a formação é profissional e está virada para a geração de renda para as mulheres e suas famílias.
Com a capacitação, segundo a fonte, espera-se que estas mulheres estejam emponderadas economicamente, criem o seu próprio emprego e estejam reintegradas na sociedade.
“As principais beneficiárias são as mulheres da Renamo que estiveram envolvidas no conflito armado. Também envolve aquelas que perderam os seus maridos devidos a acção armada. Queremos que elas estejam muito bem reintegradas na sociedade” disse Matsimbe.
Acrescentou que a formação visa dar resposta ao processo de reintegração dos membros do DDR, onde também estão inseridas as mulheres.
A formação é designada empoderamento económico feminino com foco para mulheres que são as principais beneficiárias desta iniciativa.
Explicou que os cursos vocacionais e de formação têm como principal objectivo a geração de renda, através de criação de pequenos negócios.
“Acreditamos que será uma mais-valia para essas mulheres. Elas saem de um trauma causado pelo conflito e precisam de voltar a vida normal. Com esta formação estarão capacitadas para gerar a sua própria renda”, disse.
Depois de formadas, as mulheres receberão kits de primeiro emprego e serão acompanhadas durante o desenvolvimento das suas actividades, segundo a gestora do PROPAZ.
“Esses kits é para começarem o seu negócio. Pensamos que não adiantará forma-las e não dar algum impulso material para começarem as suas actividades. É importante que se crie nelas alguma capacidade de iniciar a sua actividade económica”, sublinhou.
“Esperamos que com esta formação e os kits elas consigam desenvolver algum negócios que possam lhes proporcionar alguma independência e estabilidade financeira. O acompanhamento dessas mulheres após a formação será multisectorial para assegurar que coloquem em prática aquilo que aprendem durante a formação.
O projecto PROPAZ é uma iniciativa co-financiada pela União Europeia no âmbito das acções de promoção e reforço da Paz e Reconciliação Nacional, em Moçambique, no quadro do acordo de Maputo, de 06 de Agosto de 2019.
(AIM)
Nestor Magado (NM)/dt