
Presidente do município de Quelimane, Manuel de Araújo
Maputo, 16 Mai (AIM) – Agentes de seguranças da Renamo, o maior partido da oposição em Moçambique, agrediram-se hoje, segundo e último dia do VII congresso daquela formação politica, que decorre no município de Alto-Molócuè, província central da Zambézia.
A violência eclodiu quando o edil de Quelimane, Manuel de Araújo, surge na rua que dá acesso ao local onde decorria o maior evento da Renamo, e, acto contínuo, é impedido pelos guardas da Renamo, sob um olhar impávido da Polícia da República de Moçambique (PRM).
Como delegado, Araújo ia ao recinto do congresso mas foi impedido porque arrastava dezenas de jovens que, alegadamente, poderiam criar desordem no evento.
Semelhante situação do Araújo se alia ao impedimento do deputado da Assembleia da República (AR), o parlamento moçambicano, Venâncio Mondlane, que quarta-feira foi barrado pelos guardas da Renamo, para impedi-lo de se aproximar junto ao recinto do congresso.
Nas imagens postas a circular nas redes sociais, são visíveis agentes da segurança de Araújo a serem violentados pelos guardas do recinto.
Na quarta-feira (15) durante o discurso de abertura do congresso, Ossufo Momade, acusou alguns membros do partido de querer transformar a Renamo num campo de batalha e para fins desconhecidos.
Momade disse que cabe a Renamo provar que é uma escola da democracia, pois assim, todos os membros sairão a vencer.
“Lamentamos profundamente que alguns membros do partido pretendam transformar a Renamo num campo de batalha para fins inconfessáveis”, disse, acrescentando que “o congresso deve ser uma verdadeira escola da democracia”.
Até à altura do fecho deste apontamento, estava a decorrer a votação do novo líder da Renamo, e dos novos órgãos colegiais.
São dez candidatos que concorrem ao mais alto cargo do partido, incluindo o actual líder que concorre para a sua sucessão.
Trata-se de Ivone Soares, ex-chefe da bancada parlamentar da Renamo na Assembleia da República (AR) o parlamento moçambicano. Soares é sobrinha de Afonso Dhlakama, que liderou a Renamo desde 1979 até à sua morte por diabetes, em 2018.
O irmão mais novo de Dhlakama, Elias Dhlakama, que é coronel na reserva das Forças Armadas de Defesa de Moçambique, também é candidato para substituir Momade.
Os outros candidatos são o antigo secretário-geral da Renamo, André Magibire, dois membros da Comissão Política da Renamo, Hermínio Morais e Alfredo Magumisse, e Pedro Murema, membro do conselho provincial da cidade de Maputo da Renamo.
Desistiram de concorrer, o chefe do Departamento de Formação, Anselmo Victor, o presidente do Conselho Provincial de Tete do partido, Juliano Picardo, e o membro da Comissão Política Nacional, Hermínio Morais.
O décimo candidato é Venâncio Mondlane, que está excluído do congresso, foi o cabeça-de-lista da Renamo para presidente do Municipal de Maputo nas eleições autárquicas de 2023.
A 09 de Outubro próximo, Moçambique realiza as VII eleições gerais e IV de governadores provinciais.
(AIM)
Ac/sg