
Director executivo do FAMOD, Clodoaldo Castiano
Maputo , 12 Jun (AIM) – Os partidos políticos são chamados a incluir nos seus manifestos, para as eleições gerais de 09 de Outubro próximo, a agenda dos direitos de pessoas com deficiência.
Para o efeito, o Fórum das Associações de Pessoas com Deficiência (FAMOD) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) realizaram hoje (12), em Maputo, uma capacitação direccionada às formações políticas para a inclusão da agenda dos direitos das pessoas com deficiência nos seus manifestos eleitorais
O director executivo do FAMOD, Clodoaldo Castiano, afirmou que o último processo eleitoral (Eleições Autárquicas de 2023), a maior parte dos partidos políticos não incluíram pessoas com deficiência.
“Queremos que os manifestos eleitorais, plano quinquenal de governação dos partidos que forem eleitos sejam mais inclusivos, por exemplo nos locais onde os partidos fazem campanhas eleitorais poucas vezes observam as necessidades de eleitores com deficiência, mensagens transmitidas em formatos inacessíveis”, disse Castiano.
O FAMOD também quer que os partidos políticos façam a inclusão de propostas sobre aumento do orçamento de protecção social dos actuais 2% para 5%, introdução da língua de sinais na televisão, entre outras iniciativas.
Já o presidente do FAMOD, Cantol Pondja, sublinhou que o Censo Populacional de 2017, indica que Moçambique tem 727.620 pessoas com deficiência, o correspondente a 2,6% da população.
Segundo a mandatária da Comissão Nacional de Eleições (CNE), Anastácia Xavier, para o escrutínio que se avizinha irão às urnas 17.163.111 eleitores.
“Neste encontro de hoje queremos dar maior atenção aos nossos irmãos com deficiência , mais concretamente à sua inclusão nos processos eleitorais. Todos nós concordamos que inclusão de medidas especiais nos manifestos eleitorais podem contribuir para garantir que os seus direitos sejam reconhecidos”, disse a mandatária.
Por isso, apela aos partidos políticos para que incluam em seus manifestos eleitorais, compromissos concretos relacionados à inclusão deste grupo social.
O representante residente adjunto do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Cleophas Torori, fez saber que este é o momento crucial para garantir que as vozes das pessoas com deficiência sejam ouvidas para o fortalecimento do sistema organizacional.
Disse igualmente que dados actualizados de 2023 indicam que no mundo inteiro 1,3 biliões de pessoas tinham alguma forma de deficiência, isto representa 16% da população mundial ou seja uma em cada seis pessoas.
“Para nós é importante que todas às pessoas estejam emponderadas e as suas vozes sejam ouvidas”, disse Torori.
O evento também contou com a participação partidos políticos, sociedade civil, representantes da CNE e Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE).
(AIM )
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