Lisboa, 28 Jun (AIM)- O Secretário-Geral interino da Frelimo e candidato à Presidência da República nas eleições gerais de Outubro próximo, Daniel Chapo, que esta sexta-feira iniciou uma visita de trabalho a Portugal, promete mudar a forma de fazer as coisas em Moçambique para permitir o desenvolvimento do país de forma “harmoniosa”.
Na visita de trabalho a Portugal, que decorre de 28 a 30 de Junho corrente, Daniel Chapo chefia uma delegação que integra Amélia Muendane, membro da Comissão Política da Frelimo, em representação do chefe de Estado, Filipe Nyusi, Maria Benvinda Levy, assessora jurídica do Presidente da República, entre vários quadros.
Os moçambicanos vão às urnas no dia 09 de Outubro próximo para eleições gerais (Legislativas, Presidenciais, eleição das Assembleias Provinciais e escolha de Governadores Provinciais). Para as Presidenciais, o Conselho Constitucional apurou quatro candidatos, nomeadamente Daniel Chapo, da Frelimo, Ossufo Momade, da Renamo, Lutero Simango, do MDM e Venâncio Mondlane, da coligação CAD.
“Nós vamos mudar a forma de fazer as coisas em Moçambique”, caso a Frelimo, no poder, e o seu candidato vençam nas próximas Legislativas e Presidenciais, sublinhou Daniel Chapo, num encontro que manteve na tarde desta sexta-feira, em Lisboa, com membros e simpatizantes do partido.
Na ocasião, Chapo apelou ao voto (maioria absoluta) no candidato e no partido Frelimo para “continuarmos a trabalhar para desenvolver Moçambique”, evitando a embaraçosa situação a que, por exemplo, está mergulhada a África do Sul, em que o Congresso Nacional Africano (ANC) não conseguiu maioria absoluta. Para governar, o ANC é obrigado a coligar-se com dez partidos, com implicações negativas na governação.
Chapo, de 47 anos, promete igualmente trabalhar para jovens, em particular, e para todas as gerações, em geral, acrescentando que representa uma candidatura que vai trazer “mudanças e renovação” em Moçambique.
No encontro, o candidato da Frelimo exprimiu a sua preocupação com a situação em Cabo Delgado, no norte do país, onde terroristas do Estado Islâmico continuam a matar inocentes, a pilhar bens públicos e privados. Cerca de 100 membros e simpatizantes do partido no poder em Moçambique estiveram presentes no encontro, que decorreu numa Estância turística, incluindo a Embaixadora acreditada em Lisboa, Stella Novo Zeca.
“É a nossa soberania que está em causa (em Cabo Delgado)”, numa província rica em recursos naturais, como gás natural, minerais, entre outros, disse Daniel Chapo, apelando ao envolvimento de todos os moçambicanos no combate ao terrorismo que está a perturbar o investimento estrangeiro.
Os raptos constituem outro mal apontado por Chapo como estando a retrair o investimento estrangeiro em Moçambique. E, mais uma vez, apelou ao envolvimento de todos os moçambicanos no combate a este mal.
Os raptos e o terrorismo, segundo o Secretário interino da Frelimo, estão a fazer atrasar Moçambique.
Ainda na tarde desta sexta-feira, Daniel Chapo e delegação participaram num outro encontro com a Comunidade Moçambicana residente em Portugal, na Universidade Lusófona, na capital portuguesa.
Este sábado, a delegação desloca-se à cidade do Porto, no Norte de Portugal, também para encontros com membros e simpatizantes da Frelimo e com a Comunidade Moçambicana, em geral, ali residente.
No período da manhã desta sexta-feira, a comitiva de Daniel Chapo reuniu-se com quadros e alguns dirigentes do Partido Social-Democrata (PSD), mas sem a presença do seu líder e primeiro-ministro, Luís Montenegro, ausente em Bruxelas. O PSD, CDS-PP e o Partido Português Monárquico fazem parte da Aliança Democrática (AD), no poder em Portugal.
Na noite de quinta-feira, a comitiva de Chapo jantou com o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, numa altura em que os portugueses estão eufóricos pela escolha do ex-primeiro-ministro, António Costa, para o Conselho Europeu.
O Conselho Europeu reúne os Chefes de Estado e de Governo nacionais e define a agenda política da União Europeia. Representa o nível mais elevado de cooperação política entre os países da UE.
O Conselho Europeu, que é uma das sete instituições oficiais da UE, reveste a forma de cimeiras dos dirigentes da UE (geralmente trimestrais), que são presididas por um presidente permanente.
Decide sobre as orientações gerais e as prioridades políticas, mas não aprova legislação
Trata de questões complexas e sensíveis que não podem ser resolvidas a níveis inferiores de cooperação intergovernamental
Define a política externa e de segurança comum da UE, tendo em conta os interesses estratégicos e as implicações em termos de defesa; Designa e nomeia candidatos a determinados altos cargos nas instituições da UE, como a presidência do Banco Central Europeu e da Comissão.
(AIM)
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