
Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, e sua homóloga da Tanzânia, Samia Suluhu Hassan, em conferência de imprensa em Dar-es-Salam
Maputo, 02 Jul (AIM) – O Presidente da República, Filipe Nyusi, considera que as Forças de Defesa da Tanzânia (FDT) são fundamentais para travar o avanço dos terroristas em alguns distritos da província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, sobretudo na região transfronteiriça com aquele país vizinho.
Nyusi diz que, actualmente, não existe nenhuma vila, povoação moçambicana sob controlo dos terroristas, graças ao abnegado empenho das Forças de Defesa e Segurança moçambicanas (FDS) apoiadas pela Missão Militar da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SAMIM, sigla em inglês), que inclui as FDT.
O Chefe do Estado moçambicano falava em conferência de imprensa, havida terça-feira (02) em Dar-Es-Salaam, minutos após as conversações que manteve com a sua homóloga da Tanzânia, Samia Suluhu.
Nyusi efectua desde segunda-feira, uma visita de trabalho de quatro dias à Tanzânia.
“Nós sabemos que em 2021, a situação estava muito grave em Moçambique, muitas vilas, acima de cinco sedes dos distritos estiveram quase que debaixo dos terroristas, mas com o apoio da SADC, da SAMIM, onde a Tanzânia empenhou força e numa faixa aqui mais para [o distrito] Nangade [Cabo Delgado] na fronteira, foi fundamental o resultado e hoje já não há nenhuma vila, ou povoação nas mãos dos terroristas”, disse.
Frisou que o caso de Moçambique é um modelo saudável que demonstra que para problemas africanos é possível resolver com soluções africanas. “Nós não estamos a dizer que não queremos apoio dos outros, mas primeiro queremos os africanos”.
A SAMIM integra tropas de oito países que, desde Julho de 2021 combatem o terrorismo e o seu mandato expira no corrente mês.
Integram a SAMIM contingentes militares de oito países nomeadamente Angola, Botswana, República Democrática do Congo, Lesotho, Malawi, África do Sul, Tanzânia e Zâmbia.
Aliás, antes de partir para a Tanzânia, o estadista moçambicano disse em conferência havida no Aeroporto internacional da Beira, província central de Sofala, que a sua deslocação a Tanzânia também tinha por objectivo reforçar a cooperação na área de defesa com aquele país vizinho, tendo em vista o combate ao terrorismo e pirataria marítima.
“Vamos para lá [Tanzânia] num momento muito importante porque a partir da próxima semana a SAMIM vai sair formalmente de Moçambique, mas a Tanzânia vai continuar connosco de forma bilateral”, afirmou.
Graças a SAMIM, disse Nyusi, hoje os terroristas tornaram-se nómadas, sem nenhum lugar para se instalar devido a presença massiva das FDS e das forças estrangeiras, sobretudo das Forças de Defesa do Ruanda.
Desde Outubro de 2017 que alguns distritos de Cabo Delgado ataques terroristas, alguns os quais reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
Nos últimos meses, os ataques reduziram significativamente, o que foi possível libertar os distritos que estão a ser instalados megaprojectos de exploração de gás natural.
(AIM)
Ac/sg