
Maputo, 28 Ago (AIM) – O ministro moçambicano da Defesa Nacional, Cristóvão Chume, acredita que a Missão Militar da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral em Moçambique (SAMIM, sigla em inglês) agregou valores durante a sua missão em Moçambique que se deve utilizar em outras missões militares a nível da região austral de África.
Chume disse que a intervenção da SAMIM foi oportuna, porquanto contribuiu para conter a escalada de incursões terroristas nas áreas de responsabilidade operacional da Missão, com enfoque para o distrito de Macomia, província setentrional de Cabo Delgado, que, a par do distrito de Mocímboa da Praia, em Cabo Delgado, constituía a principal base e o centro de gravidade operacional dos terroristas.
Chume falava durante a cerimónia de abertura da conferência sobre lições aprendidas da SAMIM, evento de dois dias que teve o seu início hoje (28) em Maputo.
“Estamos confiantes que esta conferência, representando um importante exercício de debate transparente de ideias visando agregar ilações à volta da nobre missão da SAMIM, contribuirá para a melhoria da operacionalização de missões de paz da SADC sempre que se revelarem necessárias e, por conseguinte, para o reforço da paz e segurança na nossa região”, disse.
Além de destruição de bases centrais dos terroristas em Macomia e bases intermédias em toda a área de responsabilidade operacional; de reconquista de terreno-chave e corte de linhas de reabastecimento logístico dos terroristas; da captura de armamento, manuais tácticos e doutrinários dos terroristas, o governante apontou como outros êxitos da SAMIM a eliminação de comandantes operacionais dos terroristas; bem como o resgate de mulheres, crianças e velhos que se encontravam nas bases dos terroristas.
Como êxitos, Chume apontou igualmente o estabelecimento de cinturões de segurança nas infraestruturas críticas, incluindo as de exploração de hidrocarbonetos; e o reforço da vigilância fronteiriça, para a prevenção da entrada e saída de terroristas e sua logística.
Segundo Chume, oss ganhos operacionais levaram à perturbação do centro de gravidade e ruptura da cadeia de comando dos terroristas, assim como A fracturação das capacidades operacionais dos insurgentes.
Além do domínio táctico-operacional, a presença da SAMIM proporcionou, igualmente, consolidar a coesão dos Estados membros da SADC como bloco regional e impulsionou as melhores formas de cooperação para ultrapassar os desafios de segurança decorrentes do terrorismo e extremismo violento.
Aliás, com a SAMIM, ficou alargada a necessidade de aprimorar e flexibilizar a legislação sobre o terrorismo, a troca de experiências a nível regional sobre a matéria, incluindo a visão que se tinha sobre a adopção de uma abordagem holística para o combate ao terrorismo e ao extremismo violento.
No domínio social, Chume disse que a SAMIM reforçou a percepção que se tinha sobre a importância das relações civis-militares, que permitem a exploração de linhas de esforços para prevenção e combate ao terrorismo e extremismo violento.
“Estes ganhos permitiram a reposição de condições de segurança favoráveis para o regresso paulatino das nossas populações às suas zonas de origem, retoma do funcionamento normal das instituições e de actividades económicas”, afirmou.
Integraram a SAMIM, que chegou a Moçambique em Julho de 2021, e terminou oficialmente as operações em Julho último, um contingentes de militares de oito países nomeadamente, Angola, Botswana, República Democrática do Congo, Lesotho, Malawi, África do Sul, Tanzânia e Zâmbia.
Desde Outubro de 2017 que alguns distritos de Cabo Delgado são alvos de ataques terroristas, alguns reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
Nos últimos meses, os ataques reduziram significativamente, o que foi possível libertar os distritos de Cabo Delgado, que estão a ser instalados mega projectos de exploração de gás natural.
(AIM)
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