
Encerramento da Missão de Formação Militar em Moçambique (EUTM-MOZ)
Maputo, 11 Set (AIM) – A União Europeia (UE) encerrou hoje (11) a sua Missão de Formação Militar em Moçambique (EUTM-MOZ) pelo facto de ter alcançado o seu objectivo que era de treinar 11 unidades de fuzileiros e comandos das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM).
A formação beneficiou mais de 1.800 militares moçambicanos em estratégias operacionais e contraterrorismo, actos que deverão aplicar no combate aos males que enfermam o país, sobretudo no terrorismo que assola alguns distritos da província nortenha de Cabo Delgado.
A cerimónia de encerramento teve lugar na capital Maputo e testemunhada pelo embaixador da UE acreditado em Moçambique, Antonino Maggiore, Chefe do Estado-Maior general de Moçambique, Joaquim Mangrasse, e vice-chefe do Estado-Maior do Exército de Portugal, Maia Pereira.
Falando durante o evento, o comandante da EUTM-MOZ, o português João Gonçalves, declarou Missão Cumprida, afirmando que o terreno moçambicano permitiu, em primeira mão, testemunhar a forma como o pessoal da Missão esteve sempre à altura de todos os desafios.
A Missão, segundo Gonçalves, que igualmente é major-general, cumpriu com destreza, saber e elevado profissionalismo os objectivos, partilhando experiências com as FADM.
“É, pois, um acto de justiça aproveitar esta oportunidade para agradecer aos membros da EUTM-MOZ por todos os objectivos alcançados durante o vosso destacamento nesta missão”, disse Gonçalves, que é oficial piloto aviador da Força Aérea Portuguesa.
Dirigindo-se aos militares da UE e ao pessoal de apoio, Gonçalves afirmou que estes contribuíram para o cumprimento dos objectivos estratégicos da UE através do esforço que colocaram no treino das forças de comando e fuzileiros, bem como a criação de uma importante capacidade militar das FADM, referindo-se aos controladores aéreos avançados.
“Longe das vossas famílias, souberam representar os vossos países com distinção e constituíram-se como embaixadores da UE”, vincou.
Falando num breve contacto estabelecido com a imprensa, Mangrasse explicou que a UE respondeu com resolução, rapidez e firmeza na formação de 11 unidades de fuzileiros e comandos das FADM, como Forças de Reacção Rápida.
Estas forças têm sido projectadas para o Teatro das Operações, e demonstram um desempenho eficaz, directamente proporcional à disponibilização de equipamentos.
“Gostaria de expressar os meus sinceros agradecimentos à Missão de Treino da União Europeia em Moçambique pelo seu inestimável apoio e dedicação na luta contra o terrorismo e promoção da segurança e estabilidade em Cabo Delgado”, disse Mangrasse.
Além das cinco companhias de fuzileiros navais da Marinha, na unidade da KaTembe, cidade de Maputo, e seis companhias das Forças Especiais, instalada na cidade de Chimoio, província central de Manica, a EUTM-MOZ no ramo da Força Aérea, formou 44 militares controladores aéreo avançado.
Todas as acções de treino militar desenvolvidas pela Missão, a UE desembolsou cerca de 15,6 milhões de euros.
A formação incluiu a educação sobre a protecção de civis e cumprimento do direito internacional humanitário e dos direitos humanos, que englobou treinamento específico sobre mulheres, paz e segurança.
A UE decidiu criar a EUTM-MOZ a 12 de Julho de 2021.
Ainda hoje no mesmo local, a EUTM-MOZ passou a se designar Missão de Assistência Militar da União Europeia em Moçambique (EUMAM-MOZ).
O acto de passagem de testemunho foi dirigido pelo comandante-geral das Missões Militares da UE, Michiel van der Laan.
Falando na cerimónia, Laan assegurou que a EUTM-MOZ criou um grande desafio para os sucessores que podem se orgulhar por isso, sobretudo em assegurar os laços de dar um verdadeiro significado ao termo parceria.
“Como comandante da Missão, agradeço-vos sinceramente. Além disso, gostaria de agradecer às vossas famílias pelo apoio que nos dão para podermos fazer o nosso trabalho”, disse.
Citou palavras do primeiro Presidente da República de Moçambique, Samora Machel, segundo as quais “Educar o Homem para vencer a guerra, criar uma sociedade nova é desenvolver a pátria”.
Explicou que foram as palavras de Machel que mais uma vez a UE decidiu apoiar as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique (FDS) na luta contra os terroristas em Cabo Delgado.
“Penso que estas palavras são importantes de recordar porque a luta em Cabo Delgado contra o terrorismo não é apenas um esforço militar”, disse, sublinhando que uma luta tem dimensões económicas, socioeconómicas e civis.
Por isso, continuou, “temos de andar de mãos dadas, as capacidades militares e o desenvolvimento civil e económico. Não há desenvolvimento sem paz, mas não há paz duradoura sem desenvolvimento”.
Por seu turno, o novo comandante da EUMAM-MOZ, o brigadeiro-general Luís Barroso, disse que a EUMAM-MOZ é um ponto focal das Forças de Reacção Rápida (FRR) para apetrechar as comunidades eficazes e credíveis, capazes de planear e conduzir operações de forma sustentada em todo o espectro, especialmente projectadas para actuar em todos os distritos de Cabo Delgado.
“Vamos apoiar-vos em tudo o que necessitarem para que o ciclo operacional das 11 Forças de Reacção Rápida seja mantido num longo prazo”, disse Barroso.
“Posso garantir às autoridades moçambicanas que podem contar com todo o nosso empenho para responder com eficácia às vossas necessidades e aos vossos pedidos”, acrescentou.
Dirigida pela EUTM-MOZ, a formação incluiu a educação sobre a protecção de civis e cumprimento do direito internacional humanitário e dos direitos humanos, que englobou treinamento específico sobre mulheres, paz e segurança.
(AIM)
Ac/sg