
Presidente da República, Filipe Nyusi e sua homóloga Samia Suluhu Hassan na abertura da Feira Internacional de Comércio de Dar-es-Salaam
Maputo, 03 Jul (AIM) – Os governos de Moçambique e da vizinha Tanzânia equacionam introduzir serviços de cabotagem, uma iniciativa que poderá ajudar a catapultar as pequenas e médias empresas (PMEs), bem como a economia de ambos os países.
O facto foi avançado pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, que esta quarta-feira completou o terceiro dia de uma visita de Estado de quatro dias à Tanzânia a convite de sua homóloga Samia Suluhu Hassan.
Para o efeito, o governo moçambicano deverá organizar, brevemente, um Fórum de Negócios entre ambos países para aprofundar e perspectivar os ganhos comerciais que o movimento marítimo nos portos vai trazer para os cidadãos dos dois países.
Nyusi falava em conferência de imprensa hoje, em Dar-es-Salaam, que marcou o término da sua visita de Estado a Tanzânia.
“Uma das coisas que se pode pensar e que pode imediatamente começar é a cabotagem entre os portos, de Dar-es-Salaam, de Mtwara [na Tanzânia] porto de Nacala mesmo passando pelo porto de Pemba [província setentrional de Cabo Delgado] porque este movimento vai trazer alguma actividade para os pequenos e médios empresários”, afirmou Nyusi.
Explicou que existem produtos que são procurados por tanzanianos estacionados na cidade de Pemba, tais como castanha de cajú, cimento, chapas de zinco, assim como a Tanzânia também possui outros que são procurados em Moçambique.
“Há muita coisa que os tanzanianos precisam em Moçambique, eles têm fábricas que às vezes não tem produtos, então, nós teremos que organizar uma maneira mais estruturada no fórum de negócios entre Moçambique e Tanzânia, vincou Nyusi.
Aliás, durante a conferência de imprensa conjunta havida terça-feira (02) em Dar-es-Salaam, Nyusi e Hassan, manifestaram preocupação com a diminuição significativa do volume de comércio entre os dois países vizinhos.
O comércio bilateral caiu drasticamente de 55,8 milhões de dólares, em 2022, para 20,1 milhões de dólares, em 2023.
“Durante nossas discussões, analisamos meios e maneiras de reverter essa situação comercial sombria”, disse Hassan, na conferência de imprensa que se seguiu após o término das conversações oficiais na terça-feira entre as delegações dos dois países.
Na ocasião, Nyusi e Hassan concordaram em investigar as causas por trás do declínio do volume de comércio, incluindo possíveis problemas associados a segurança.
No entanto, Nyusi espera nos próximos tempos, uma maior circulação marítima entre os dois países, uma vez que, de acordo com o Chefe do Estado “as pessoas que estão em casa, não estão a dormir”, vincando que uma das bases exigidas pelos investidores é a estabilidade financeira.
“A estabilidade do metical ajuda bastante para os que querem projectar os seus negócios em Moçambique; não oscila muito”, referiu.
A deslocação do Chefe do Estado a Tanzânia surge também no âmbito da reciprocidade em relação à visita da Presidente Samia Hassan a Moçambique, realizada em Setembro de 2022, e visa o estreitamento das relações históricas de irmandade, amizade, solidariedade e cooperação existentes entre os dois países e povos.
Nyusi participou hoje, como convidado de honra, na cerimónia de abertura oficial da 48ª Feira Internacional de Dar-es-Salaam.
(AIM)
ac/sg