Maputo, 12 Ago (AIM) – Os contingentes militares do exército ruandês que se encontram a apoiar as Forças de Defesa e Segurança (FDS) de Moçambique no combate ao terrorismo, na província de Cabo Delgado, norte do país, gozam de muita simpatia e confiança junto as populações locais.
O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, explica que esta afinidade se deve ao facto de as tropas ruandesas passarem vários momentos junto às populações, tais como momentos de alegria e dor e, por isso mesmo, acabam conseguindo obter muitas informações relevantes.
O Chefe do Estado moçambicano falava hoje (12) em conferência de imprensa, em Kigali, que marcou o fim de uma visita de trabalho de dois dias ao Ruanda, onde participou na tarde de domingo (11) na investidura do Presidente Paul Kagame.
Por isso, disse Nyusi, “os maiores homens de reconhecimento que os nossos irmãos do Ruanda, juntamente com as FDS, têm agora é a população”.
Isso é por causa da credibilidade, por causa da sua aceitação junto às comunidades. Por isso, considera que para o governo é uma cooperação positiva e modelo.
“É um caso que vai ser estudado. Falei isso durante o meu informe à nação. Tem que se estudar o caso”, disse Nyusi, referindo-se à essa cooperação.
Uma coisa boa que existe em relação a força do Ruanda é o facto de eles terem um contacto saudável com as comunidades.
Em momentos difíceis, houve tentativas de manchar a Força do Ruanda, mas a própria população ignorou.
O governo está a usar métodos híbridos no combate ao terrorismo, bilateral no caso concreto do Ruanda, e multilateral com a Força Militar da SADC para Moçambique (SAMIM), cujo mandato expirou em Julho último.
Nyusi disse que com a saída da SAMIM houve a necessidade de se reforçar a presença das tropas ruandesas em número e meios.
A medida é extensiva às FDS que se reforçaram bastante.
Vale lembrar que Moçambique e o Ruanda gozam de relações muito próximas, sobretudo nos últimos três anos, com o envio de um efectivo militar superior a dois mil homens para apoiar as FDS no combate aos terroristas que, desde Outubro de 2017, cometem atrocidades contra cidadãos civis e indefesos na província de Cabo Delgado.
Sobre a sua visita ao Ruanda disse ter sido muito importante participar na cerimónia de investidura do seu homólogo ruandês porque os verdadeiros amigos sempre se encontram nos bons e maus momentos.
Aliás, disse Nyusi, o facto foi testemunhado por mais de 20 chefes de Estado e de Governo.
“Também aproveitamos o momento para trocarmos impressões com diferentes líderes que estavam cá, africanos e não só, sobre as nossas agendas colectivas”, afirmou.
(AIM)
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