Maputo, 12 Ago (AIM) – O governo moçambicano lançou hoje em Maputo, a Estratégia de Desenvolvimento da Economia Azul (EDEA) 2024-2033, um documento que visa, promover a exploração sustentável do capital natural marinho, costeiro e de águas interiores.
Aprovada em meados de Julho último, pelo Conselho de Ministros, a Estratégia também visa garantir responder as necessidades do momento, bem como conservar e criar valor dos recursos marinhos, costeiros e águas interiores para as futuras gerações.
Falando durante o evento, o Chefe de Estado, Filipe Nyusi disse esperar que a Estratégia se torne ponto de referência para todos os interessados na economia marinha e aquática, e que sirva de legado para a resposta aos desafios das mudanças climáticas, incluindo a degradação ambiental que se verifica no mundo marinho.
“Queremos ver os recursos marinhos e aquáticos a serem, não apenas racionalmente explorados, mas que também sirvam de promotores da nossa agenda de desenvolvimento. Queremos fazer isso respeitando em simultâneo a agenda de consolidação da diversidade biológica”, disse o Chefe do Estado.
A EDEA faz parte do esforço do governo de trazer aos moçambicanos uma orientação estratégica, concisa e clara, que não só visa promover a exploração racional e sustentável dos recursos aquáticos, como também é uma forma de materializar os compromissos internacionais.
A Estratégia assenta em seis pilares que sumarizam as áreas a serem transformadas, nomeadamente, pesca e aquacultura; energias renováveis e indústria extractiva marinha; capital natural e ambiente e economia circular; turismo e cultura; transportes marítimos e infra-estruturas portuárias e logísticas; e, por fim, a segurança marítima.
Suportada por quatro eixos de foco que são, boa governação; conhecimento, inovação e tecnologias; mudanças climáticas; e envolvimento das comunidades, a EDEA, segundo o Chefe do Estado, vai ser implementada de uma forma transversal.
“Nada pode acontecer sem um ambiente são com as comunidades. O maior guarda que nós temos para qualquer tipo da nossa riqueza, seja flora, fauna, marinho, é o povo, é a comunidade, pois é ela que vive lá e sabe o que se deve fazer com o ambiente”, sublinhou.
Por isso, Nyusi espera que os cidadaos envolvidos directamente na Estrategia partilhem de forma aberta, franca, as perspectivas, medidas e acções a serem implementadas para torna-la exequível.
O portfólio vai permitir um contacto entre investidores e beneficiários, incluindo o conhecimento de onde e como investir nas acções enquadradas na economia azul em Moçambique.
“É um documento simples, pequeno, mas é esse o guia, o mapa; as iniciativas estão mapeadas, então, é fácil pensar e depois desenvolverem-se”, afirmou.
Referiu o facto de Moçambique sediar o Centro Regional de Coordenação de Monitorização, Controlo e Fiscalização da Pesca da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) um empreendimento que está a ser construído no distrito municipal da Ka Tembe, cidade de Maputo, que deverá terminar nos próximos 15 meses.
Orçado em cerca de dois milhões de dólares, o Centro Regional é uma instituição criada em 2023, pelos Estados-Membros da SADC.
“Esse Centro é um contributo importante no combate a pesca ilegal, lixo marinho, e outros riscos dos ecossistemas marinhos e fluviais”, disse.
Liderada pelo Ministério do Mar, Águas Interiores e Pescas, a EDEA enquadra-se nas áreas de transição energética, mudanças climáticas, promoção da biodiversidade, segurança marítima, gestão do risco de desastres, de florestas.
(AIM)
AC/sg