Maputo, 12 Ago (AIM) – O governo está a trabalhar no sentido de aumentar a participação da mulher no ramo industrial, através da implementação da Estratégia de Género do Ensino Técnico-Profissional.
Importa referir que em 2023 o Ensino Técnico-Profissional (ETP) atingiu um efectivo de 106.992 estudantes, contra 93.463 comparativamente ao ano de 2020, que representa um crescimento de 14,4%. No mesmo período, a participação de mulheres cresceu de 51% em 2020, para atingir 61%.
A pretensão foi partilhada esta segunda-feira, em Maputo, pela Secretária de Estado do Ensino Técnico-Profissional (SEETP), Acissa Carimo, durante a apresentação da Estratégia de Género do Ensino Técnico-Profissional e também do Plano de Acção 2025-2029, ainda em fase de produção.
Na ocasião, destacou a importância de promover o acesso à educação das mulheres, no ramo industrial, devido às desigualdades de género no nível de ensino técnico e profissional.
Referiu que, a Estratégia de Género do Ensino Técnico-Profissional visa, acima de tudo, incentivar a retenção da rapariga e a aderência aos cursos do ramo industrial.
“Entretanto, a implementação da Estratégia de Género do Ensino Técnico-Profissional será um processo contínuo e desafiador”, frisou.
Nesse contexto, considera o evento “um marco importante na nossa jornada”, é um compromisso com um futuro mais justo, mais igualitário e mais próspero para todos.
Para o efeito, Carimo afirmou que o sucesso desta jornada de trabalho depende da colaboração de todos os gestores, formadores, parceiros e sociedade civil.
“Por isso, contamos com o vosso saber para tornar este instrumento mais realístico e abrangente. Pedimos que o debate seja aberto, franco e sincero”, acrescentou.
Vale lembrar que a estratégia está sendo desenvolvida em parceria com o governo alemão, através do programa para Promoção da Educação Profissional e Emprego (PEPE), lançado a 10 de Agosto de 2023.
Na ocasião, o consultor do PEPE, Danifo Chutumia, disse que a estratégia tenta responder não só a presença de mulheres na educação técnica e profissional, mas também resolver problemas de disparidade ao nível das qualificações do domínio industrial e tecnológico.
“É aqui onde se verifica a grande desigualdade de género, em relação à presença de mulheres nessas qualificações”, sublinhou.
A elaboração deste instrumento contou com a participação de pais, encarregados de educação, formandos, formadores, empregadores, directores e gestores com visões e perspectivas diferentes sobre questões de género neste subsistema de ensino.
Durante este processo, também foram realizadas deslocações às províncias de Nissa, Nampula, Zambézia e Sofala.
Para além das visitas realizadas às instituições na cidade e província de Maputo, foram realizadas entrevistas online com participantes das províncias de Cabo Delgado, Tete, Gaza, Manica e Inhambane, abrangendo um total de 340 participantes, sendo 162 raparigas do ensino técnico profissional.
Estiveram presentes no evento, representantes da Cooperação Alemã para o Desenvolvimento (GIZ), do governo, de organizações não-governamentais, embaixadas, sector produtivo, gestores de instituições do Ensino Técnico-Profissional, assim como formadores.
(AIM)
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