
Cerimônia de Assinatura de Contratos-Programa de Financiamento de Bolsas para Raparigas na Educação Profissional. Foto de Carlos Júnior
Maputo, 02 Mai (AIM) – As autoridades moçambicanas, em parceria com o Banco Mundial, vão conceder 2.060 raparigas inscritas em 11 Instituições de Educação Profissional (IEPs) vão beneficiar de bolsas de estudo, distribuídas em oito Institutos Técnicos Profissionais e três Centros de Formação Profissional, nas províncias de Cabo Delgado, Niassa, Nampula, Tete, Manica, Província e Cidade de Maputo.
Trata-se do Instituto Agrário de Boane (IAB) – que vai acolher 154 bolseiros, Instituto Industrial e de Computação Armando Emílio Guebuza Matola Rio (198), Instituto Agrário de Chimoio (IAC) – Chimoio (158), Instituto Médio de Geologia e Minas (IMGM) – Tete (93), CFP – Tete/IFPELAC (156), Instituto Industrial e Comercial de Nampula (130), Instituto Médio Politécnico São Cipriano de Nacuxa (350), Centro de Formação Profissional (CFP) de Eletrotecnia – IFPELAC (168), CFP de Lichinga – IFPELAC (180), Instituto Industrial e Comercial de Pemba (340) e Instituto Agropecuário de Balama (133).
As bolsas de estudo são o resultado da parceria entre o governo moçambicano, representado pelo Fundo Nacional de Educação Profissional (FNEP) e o Banco Mundial no âmbito do Projecto MozSkills.
As bolsas estão orçadas em cerca de 33 milhões de meticais (cerca de 517 mil dólares) para financiar a taxa de matrícula, propinas, material escolar, equipamentos de protecção individual, taxa de internato, subsídios de transporte e de higiene menstrual.
“É crucial a inclusão e promoção de raparigas no Ensino Técnico-Profissional (ETP), especialmente no ramo industrial, tradicionalmente frequentado por rapazes, de forma a incrementar os seus níveis de acesso e retenção”, disse a representante do Ministério de Educação e Cultura (MEC), Ndiça Massinga, esta sexta-feira (02), em Maputo, após a assinatura de contratos-programa para o financiamento de bolsas de estudo, entre a MozSkills e IEPs.
Na ocasião partilhou que o ETP conta, actualmente, com uma rede de 264 instituições, sendo 75 públicas, 162 privadas e 27 mistas.
“O Ensino Técnico Profissional conta com uma rede de 264 instituições, sendo 75 públicas, 27 semi-públicas e 162 privadas, leccionando o ramo industrial apenas 50 institutos, o correspondente a 18,9%”, sublinhou.
Referiu ainda que, “em 2024, o número de inscritos no ETP é de 122.213 formandos, dos quais 75.100 são mulheres, o equivalente a 61,4% da população estudantil, o que significa que numa análise geral, alcançamos a igualdade de género. No entanto, o número de formandos que frequentam o ramo industrial é de 19.631, sendo que 5.185 são mulheres, representando apenas 26,4%, que está aquém das expectativas”.
Portanto, para promover a participação da rapariga no ramo industrial, referiu que o MEC lançou a 21 de Março último, a Estratégia de Género do ETP 2025-2034, com a vista a garantir às mulheres o acesso igualitário às oportunidades educacionais e profissionais.
“O instrumento prevê que, até 2029, o país possa reverter a baixa taxa de participação de raparigas em cursos tradicionalmente considerados masculinos, alcançando a meta de 32% de raparigas nas qualificações tradicionalmente percebidas como masculinas, as Ciências, Tecnologias, Engenharias e Matemática”, disse.
Por seu turno, o Coordenador-geral do Projecto MozSkills, Anísio Matangala, disse que, “a expectativa do projecto é de beneficiar mais raparigas para que se sintam encorajadas de seguir cursos que antigamente eram frequentados por rapazes, como a mecânica e electricidade”.
“Hoje em dia é possível ver meninas a montarem sistemas eléctricos, a reparar máquinas e a conduzir locomotivas e até a pilotar aviões, o que significa ser esta uma porta para abraçar os cursos do ramo industrial”, elucidou.
Já, a representante das bolsistas, do Instituto de Formação Profissional e Estudos Laborais Alberto Cassimo (IFPELAC), de Boane, Helena Macande, agradeceu pelo financiamento da MozSkills, “porque os nossos pais ou encarregados não conseguiram pagar as propinas até ao fim do curso”, tendo encorajado as demais raparigas a se inscreverem nos cursos do ramo industrial, por serem “muito bons”.
(AIM)
NL/sg