
Chefe de Estado zimbabweano, Emmerson Mnangagawa, assume presidência rotativa da SADC
Por Damião Trape, da AIM, em Harare
Harare (Zimbabwe), 17 Ago (AIM) – O Presidente do Zimbabwe, Emerson Mnagangwa, assumiu este sábado a presidência rotativa da Comunidade de Desenvolvimento de África Austral (SADC), tendo como desafio mobilizar sinergias para alavancar o capital humano da região, com vista a estimular a tecnologia e a inovação que darão um salto na modernização e industrialização rumo a uma maior qualidade de vida dos cidadãos dos países membros.
No seu discurso de aceitação da presidência da SADC, na abertura da 44ª Cimeira Ordinária da organização, realizada em Harare, e que contou com a participação do Chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, Mnangagwa anotou que para este fim, “tornou-se extremamente importante e urgente aproveitar o potencial da inovação para produzir bens e serviços através da adição de valor e da beneficiação dos nossos ricos recursos minerais e naturais relacionados.”
O tema deste ano, “Promover a inovação para desbloquear oportunidades para o crescimento económico sustentável e o desenvolvimento rumo a uma SADC industrializada”, traz à tona o papel da inovação na transformação económica sustentada e no desenvolvimento.
“Os povos da região lutaram pela nossa libertação, liberdade e independência, bem como pelo valor económico da nossa terra e daquilo que está sob ela. A hora é agora, devemos aproveitar ao máximo os ricos dons naturais dados por Deus”, apelou.
Segundo o novo presidente em exercício da SADC, a importância da implementação de estratégias inovadoras, em todos os sectores das economias dos países membros, para acelerar a realização da nossa agenda colectiva de desenvolvimento não pode ser subestimada.
“Isto é ainda mais verdadeiro à medida que a Quarta Revolução Industrial continua a impactar e transformar a forma como operamos e executamos o nosso trabalho. O nosso bloco da SADC não pode permitir-se ficar para trás na nova e rápida mudança da fronteira da ciência, tecnologia e inovação”, exortou Mnangagwa.
Vincou que estes aspectos são um pré-requisito para o aumento da produtividade e, na verdade, a base sobre a qual outras partes do mundo se industrializaram e se desenvolveram.
“Vamos, portanto, combinar as nossas aspirações estabelecidas na Estratégia e Roteiro de Industrialização da SADC (2015-2063) com acções concretas e reais”, defendeu.
Recordou que a democracia, a independência e a liberdade de que gozam os povos da região foram pagas através do suor, das lágrimas e do sangue dos heróis e heroínas do passado, bem como dos filhos e filhas da SADC. “Temos o dever sagrado de honrá-los a todos, guardando e defendendo zelosamente a nossa soberania e o direito à autodeterminação económica.”
“Somos um povo orgulhoso da África Austral, com uma história rica e um futuro mais brilhante. Nunca sacrifiquemos a nossa unidade, solidariedade ou cultura africana por conveniência política ou económica. Em última análise, o fardo e a responsabilidade de construir os nossos países e a região como um todo, para a prosperidade sustentável, recai sobre nós, os grandes povos da SADC”, disse.
Lamentavelmente, observou Mnangagwa, a região continua a sofrer catástrofes naturais induzidas pelas alterações climáticas que tiveram impactos negativos de grande alcance na segurança humana e alimentar.
“À luz das lições aprendidas, os investimentos na agricultura transformadora e nos sistemas alimentares devem ser intensificados. Através de estratégias robustas de mitigação climática e de mecanismos de construção de resiliência, devemos esforçar-nos continuamente para sermos uma região capaz de nos alimentarmos”, recomendou.
Neste contexto e para reduzir o impacto destes fenómenos, defendeu ainda que a plena operacionalização do Centro Humanitário e de Emergência da SADC, localizado em Moçambique, deve receber a devida atenção.
A Cimeira da SADC decorreu sob o lema: “Promover a Inovação para Criar Oportunidades de Crescimento Económico Sustentado e Desenvolvimento para uma SADC Industrializada”.
Mnangagwa assume a presidência em substituição do Chefe de Estado angolano, João Lourenço.
(AIM)
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