Maputo, 16 Ago (AIM) O governo moçambicano elevou os níveis de alerta para fazer face a eventuais casos de varíola dos macacos (Mpox) no país no âmbito da declaração de emergência de saúde pública pela Organização Mundial de Saúde (OMS) na quarta-feira da semana corrente.
“Em Moçambique, não tendo casos actualmente, não declaramos uma emergência, porém elevamos o nível de alerta, para permitir realizar acções de prevenção e preparação”, anunciou o director nacional de Saúde Pública, Quinhas Fernandes, em conferência de imprensa havida hoje (16) em Maputo, sobre situação epidemiológica de Sarampo e Cólera em Moçambique e a situação da varíola dos macacos, actualmente designada por Mpox na região africana, havida hoje (16), em Maputo.
Quinhas explicou que a declaração da emergência de saúde pública é importante para garantir uma melhor coordenação das acções de prontidão e resposta, bem como para a mobilização de recursos para a resposta.
Para fazer face aos eventuais casos de Mpox, segundo a fonte, o Ministério da Saúde (MISAU) elaborou o plano de promoção e resposta e resposta possível a ocorrência de casos no país e acções de comunicação de risco.
Estão, igualmente, em curso o fortalecimento da capacidade laboratorial para testagem e a actualização dos protocolos terapêuticos e prontidão clínica.
O dirigente disse que o diagnóstico é feito pelo laboratório por técnicas de PCR e garantiu que neste momento, o país dispõe de capacidade laboratorial para testar e confirmar os casos de Mpox no Instituto Nacional de Saúde (INS).
Em relação aos sinais e sintomas, Quinhas clarificou que “a doença, em geral, inicia com uma síndrome febril, no entanto, o sintoma mais característico é o aparecimento de uma erupção na pele, similar a varicela. Esta erupção na pele surge 1 a 3 dias após o início da febre”.
Acrescentou que o quadro clínico é acompanhado de outros sintomas que incluem aumento dos gânglios linfáticos, dores musculares, cansaço, comichão e dor de cabeça.
Quinhas aproveitou a ocasião para divulgar as medidas de prevenção nomeadamente, evitar o contacto físico com pessoa infectada ou suspeito, usar máscara quando estiver próximo de paciente suspeito ou confirmado, evitar contacto com roupas, lençóis e toalhas de pacientes infectados e limpeza e desinfecção de superfícies possivelmente contaminadas.
De acordo com a fonte, a Mpox é endémica em 11 países da África Ocidental e Central nomeadamente: República Democrática do Congo, Camarões, República Centro Africana, Benin, Gabão, Ghana, Costa do Marfim, Libéria, Nigéria, Serra Leoa e Sudão do Sul.
“Na região africana, de 1 de Janeiro até 14 de Agosto de 2024, foram notificados mais de 15.600 casos de Mpox e 537 mortes, resultando numa taxa de letalidade de 3,4%. Este número de casos, representa um aumento acima de 100% comparando com igual período de 2023”, disse.
Revelou que a República Democrática do Congo (RDC), reporta, actualmente mais de 96% do total de casos de mPox em África. Para além da RDC, outros 12 países reportaram a ocorrência de casos e óbitos por mPox no presente ano.
Refira-se que na região da SADC, para além da RDC, a República da África do Sul, registou, desde 09 de Maio de 2024, um cumulativo de 24 casos e 3 óbitos.
(AIM)
SNN/sg