
Presidente da República, Filipe Nyusi, recebe uma oferta da Organização Nacional dos Professores
Maputo, 15 Out (AIM) – O Presidente da República, Filipe Nyusi, afirma que os terroristas continuam a impedir o acesso seguro à educação dos alunos e professores, não obstante os progressos registados na luta contra o terrorismo na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique.
Desde Outubro de 2017 que Moçambique, particularmente Cabo Delgado, é alvo de ataques terroristas que já resultaram na morte de mais de quatro mil pessoas e levaram mais de quatro mil a abandonar as suas residências a busca de locais mais seguros.
Nyusi, que igualmente é Comandante-Chefe das FDS, falava segunda-feira em Maputo, durante a saudação dos membros da Organização Nacional dos Professores e do Sindicato Nacional dos Professores de Moçambique (ONP-SNPM) por ocasião da passagem de 12 de Outubro, Dia do Professor moçambicano.
“Estive ainda esta manhã (14) a ver cenários nas zonas de [distrito de] Nangade, [distrito de] Macomia, [posto administrativo de] Mucojo, e é onde os nossos jovens das Forças de Defesa e Segurança estão a operar agora”, disse Nyusi
Além de impedir o acesso à educação, as crianças, alunos e outros cidadãos que se encontram nas zonas de ataques terroristas também sofrem de diversas privações, incluindo a sua saúde mental.
Nos ataques que os terroristas perpetravam é notório a destruição de diversas infra-estruturas, além de escolas, assassinato de professores.
Para defender o direito à educação das vítimas do terrorismo, o governo, e parceiros de cooperação, de acordo com Nyusi, continuam a trabalhar para repor a rede escolar e na assistência dos alunos e professores afectados.
“Houve um paradoxo, num dia os nossos irmãos do Ruanda [Forças de Defesa do Ruanda] na sua actividade social foram construir uma escola e agora pergunto: porquê é que não se questionam quando ´é que a União Europeia, a China, a construir ou reabilitar uma escola?”, afirmou Nyusi.
Os ataques dos insurgentes levaram a suspensão das obras de construção de um megaprojecto localizado na Área 1, da Bacia do Rovuma, Cabo Delgado, para a produção de Gás Natural Liquefeito, liderado pela multinacional francesa TotalEnergies, e ao adiamento da tomada da Decisão Final de Investimento de um outro projecto na Área 4, que tem como operador a petrolífera norte-americana ExxonMobil.
As FDS, com o apoio das forças ruandesas e da encerrada Missão Militar da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SAMIM), restaurar a autoridade do Estado em todos os distritos de Cabo Delgado.
Falando sobre 12 de Outubro, Nyusi manifestou o seu apreço pela dedicação dos professores no desempenho da sua nobre profissão, mesmo diante de inúmeras adversidades, incluindo o terrorismo.
“A nossa solidariedade estende-se às famílias destes professores que, às vezes, não vivem com eles lá, e estende-se também aos alunos e a toda a comunidade afectada”, afirmou o estadista moçambicano.
Por seu turno, o secretário-geral da ONP-SNPM, Teodoro Muidumbe, aproveitou a oportunidade para arrolar alguns problemas que afectam os professores, incluindo o reconhecimento dos seus direitos consagrados no Estatuto do Professor e no Estatuto Geral dos Funcionários e Agentes do Estado.
“Gostaríamos de uma vez mais, ver resolvidas as principais questões que desmotivam o professor na sua carreira de docência e o reconhecimento do papel do professor na sociedade, nomeadamente, a redefinição dos condicionalismos dos benefícios do cartão de assistência médica e medicamentosa; pensão de sobrevivência; subsídio de funeral e subsídio por morte”, disse Muidumbe, durante o encontro.
A educação, por ser um sector dinâmico, Muidumbe apela que o Executivo conceda mais bolsas de estudo aos docentes para aumentarem o seu domínio na investigação.
O Dia do Professor moçambicano foi instituído a 12 de Outubro de 1981.
(AIM)
Ac /sg