Maputo, 24 Out (AIM) – O Chefe de Estado moçambicano ambiciona ver um ensino superior capaz de resolver os desafios concretos da sociedade e das comunidades.
Nyusi deixou o desafio quinta-feira (24), em Maputo, durante a cerimónia de tomada de posse de João de Barros e Paulo Wache para os cargos de Reitor e Vice-Reitor da Universidade Joaquim Chissano (UJC), respectivamente.
“Não pretendemos um ensino superior que seja apenas uma fábrica de certificados sem a utilidade esperada da nossa economia e da nossa sociedade, mas um ensino que é relevante para as necessidades do estudante, da sociedade e do mercado global”, disse.
Explicou que nenhum país se desenvolve sem capital humano de qualidade e em quantidades necessárias. Por isso desafiou à UJC a produção de autênticos catalisadores de processos de desenvolvimento do país e não indivíduos passivos que esperam que as coisas sejam feitas para eles.
Nyusi também entende que a tomada de posse de novos dirigentes marca o início de um novo ciclo de liderança e de gestão institucional na UJC, “por isso, é sempre motivo de esperança de fazer mais e melhor que os resultados atingidos até a data”.
Nyusi considera que o acto surge como reconhecimento pelo desempenho, bem-sucedido nas funções anteriores, como docentes universitários e gestores de programas específicos.
“Os empossados são conhecedores da instituição que vão dirigir e trazem consigo uma vasta experiência da academia, o que mereceu a nossa confiança para sua indicação para os cargos de direcção da UJC”, disse.
Nyusi entende que a UJC é uma universidade que ambiciona ser reconhecida como uma instituição de ensino superior de referência ao nível nacional, regional e internacional que se distingue na formação académica e profissional.
Para o efeito, insta aos empossados a missão de formar profissionais de administração pública ou de relações internacionais que não só sabem fazer, como também sabem estar e sabem ser.
Referiu ainda que, no exercício das suas funções, os dirigentes devem reconsiderar as grandes expectativas da sociedade, tendo em conta as condições reais de trabalho que, a partir de hoje, vão ser responsáveis para o seu melhoramento.
A escassez de recursos é apontada como principal desafio para o alcance deste melhoramento, mas são exortados a procurarem soluções.
“Terão que procurar soluções, pois há necessidade de operar nos níveis cada vez mais exigentes de novas tecnologias para melhorar a qualidade dos resultados de aprendizagem”, sublinhou.
Recai ainda sobre estes a enorme responsabilidade sobre a gestão dos recursos à sua disposição, materiais, patrimoniais e financeiros, de forma rigorosa, célere e transparente devido à limitação dos mesmos, entretanto, Nyusi avançou parte da solução.
“Devem estabelecer parcerias mutuamente vantajosas, nacionais e internacionais, sobretudo aquelas que visem à promoção da pesquisa, formação do corpo docente, criação de oportunidade de práticas de estágio para os docentes, investigadores e estudantes”, exortou.
Falando minutos após o evento, Barros disse haver necessidade de se reinventarem, pois “fomos colocados ou confiados para procurar soluções e não para trazer preocupações.
“Então, juntamente com a equipa toda, o vice-Reitor, o Conselho de Direcção e docentes, vamos procurar ver as alternativas, para aos poucos fazermos face a estes desafios”.
Wache, por seu turno, considera os desafios apontados realizáveis, “obviamente teremos que correr um pouco mais. Achamos que a Universidade tem tudo para dar certo e está dando certo”.
(AIM)
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