
Ministro moçambicano do Interior Pascoal Ronda (esquerda) e seu homólogo sul-africano dos negócios estrangeiros, Ronald Lamola
Maputo, 18 Dez (AIM) – Moçambique e África do Sul acordaram hoje (19) novos mecanismos para reforçar os canais diplomáticos para mitigar perturbações no comércio e cadeias de abastecimento.
Para o efeito, as delegações ministeriais da África do Sul e de Moçambique realizam uma reunião inter-ministerial conjunta, que teve lugar em Malelane, província Mpumalanga.
Moçambique fez-se representar por uma delegação chefiada pelo ministro do Interior, Pascoal Ronda e a África do Sul pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Ronald Lamola.
Vale lembrar que, nos últimos dois meses, as operações do posto fronteiriço de Ressano Garcia muitas interrupções devido a onda de manifestações violentas que inviabilizaram o funcionamento normal na fronteira entre Moçambique e a África do Sul.
Em comunicado final, emitido após o encontro, as partes as partes acordaram que “ambos os países irão envidar esforços com vista a proteger as infra-estruturas para garantir a facilitação do comércio e a colaboração contínua por forma a minimizar a perturbação do processo de integração regional, incluindo as cadeias de valor transfronteiriças associadas”.
A reunião destacou que as perturbações decorrentes das manifestações tiveram um impacto negativo significativo nas economias de ambos países, bem como na livre circulação de pessoas e bens.
Como consequência, muitas empresas sofreram perdas resultado da interrupção do comércio.
Por isso, as partes advertem que “caso a situação persista, existe um grande perigo de insegurança alimentar e energética”.
Entretanto, já restaurada o funcionamento da fronteira.
Há perto de dois meses que as principais cidades moçambicanas vivem um clima de tensão pós-eleitoral, provocada pelas manifestações convocadas pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, apoiado pelo Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS) um partido extraparlamentar.
Venâncio Mondlane reclama os resultados do apuramento central provindos das VII eleições presidenciais e legislativas e IV para as assembleias provinciais e de governador de província, ocorridos a 09 de Outubro último, divulgados a 24 de Outubro, pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) que dão vitória ao candidato presidencial Daniel Chapo, suportado pela Frelimo, partido no poder.
Os resultados foram submetidos ao Conselho Constitucional (CC) órgão soberano que compete especialmente administrar a justiça em matérias jurídico-constitucionais e, em última instância, de contencioso eleitoral em Moçambique.
As manifestações tendem a ser violentas, tendo as autoridades policiais registado vandalização e pilhagem de estabelecimentos comerciais e de viaturas em plena marcha nas avenidas e ruas.
Mais de 100 mortes e cerca de 500 feridos é o saldo das manifestações convocadas por Venâncio Mondlane, através das lives na sua página de Facebook.
(AIM)
sg