
Mercado Waresta em Nampula
Nampula (Moçambique), 28 Dez (AIM) – O comércio formal e informal retomou a sua actividade com alguma dinâmica, neste sábado, com consumidores que procuram reabastecer-se de produtos alimentares e, não só, na cidade de Nampula, norte de Moçambique.
Nas mercearias e padarias que reabriram as suas portas, particularmente na zona cimento, há longas filas, principalmente de mulheres preocupadas em adquirir alimentos como arroz, farinha, açúcar, óleo, trigo e outros bens da cesta básica.
Nos mercados informais, que pululam em praticamente todos os bairros da periferia, os vendedores não conseguem satisfazer a demanda, muito por conta de mercado grossista do “Waresta” ter sido vandalizado e destruído, o qual é a sua fonte principal de abastecimento.
Os vendedores ambulantes de frescos, como hortícolas, fruta e pescado, desapareceram praticamente das ruas o que complica ainda mais as tarefas das donas-de-casa, algumas ainda receosas de se fazerem à rua.
Como constatou a reportagem da AIM no terreno, desde a última sexta-feira, que se observa circulação de viaturas de transporte semi-colectivo, um pouco por todo a zona municipal.
No meio desta realidade, os cidadãos depararam-se com o aumento de preços entre 60 a 80 por cento de produtos, geralmente os que frequentam os mercados informais nos respectivos bairros, cujos vendedores conseguem furtar-se aos actos de fiscalização.
Assim, o preço do tomate ronda os 120 meticais o quilo, cebola entre 80 a 90, batata-reno vermelha 80, uma vez que a branca escasseia, só para citar alguns.
As donas-de-casa reclamam também da subida do preço de fruta da época, como papaia e manga, uma vez que a oferta não dobra a procura.
Como se sabe nos mercados informais, produtos alimentares como arroz, farinha, açúcar e óleo são vendidos aos montes ou chávenas e também sofreram agravamento.
Apesar de reatar a circulação, muitos operadores quer de viaturas quer de táxi-mota parquearam os seus meios, devido a falta de combustível e serem poucas as bombas que estão em funcionamento.
Madalena José, uma dona-de-casa que sobrevive graças a venda de comida típica, num terminal rodoviário da cidade Nampula, lamenta a situação provocada pelas manifestações violentas que degeneram em desordem impedindo o seu negócio.
“Os meus clientes são os motoristas e cobradores das viaturas que aqui aguardam passageiros. Não há circulação de viaturas e, consequentemente, sem passageiros e, por isso, o negócio caiu. Estou muito preocupada, porque não sei qual será o futuro dos meus dependentes”, explicou.
Ussene António é revendedor de pescado que, ultimamente, não consegue atender os seus clientes domésticos porque as viaturas que trazem o produto do litoral para os mercados da cidade não circulam por conta da desordem que se instalou nas vias.
“Eu recebo peixe de Angoche ou de Moma, assim que os carros não conseguem passar, em minha casa é só fome”.
Nos últimos dias proprietários de supermercados, mercearias e lojas de venda de peças de viaturas, dedicaram-se a reforçar a segurança dos seus imóveis com a colocação de placas de ferro e gradeamento para se protegerem contra os desordeiros que, há semanas têm vandalizado, assaltado e roubado um pouco por toda a cidade e província de Nampula.
(AIM)
RI/sg