Mercado do Zimpeto. Foto arquivo
Maputo, 13 Nov (AIM) – O Mercado Grossista do Zimpeto continua a registar uma escassez de produtos devido as manifestações violentas e ilegais convocadas pelo candidato presidencial do partido Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS), Venâncio Mondlane, que reivindica a sua vitoria nas eleições de 09 de Outubro último.
Os produtos que registam alguma escassez incluem o tomate e batata e, consequentemente, o seu preço conheceu um agravamento, para o transtorno dos cidadãos.
Antes das manifestações, a caixa de tomate, custava entre 350 a 400 meticais (um dólar equivale a cerca de 64 meticais) a caixa, era hoje comercializada a 1200 a 1400 meticais, devido a escassez deste produto.
Esta é uma das consequências das manifestações que restringiram a circulação de pessoas e bens na Fronteira de Ressano Garcia, principal porta de entrada dos produtos importados da vizinha África do Sul, principal fornecedor.
Outra razão da falta do tomate, e consequentemente, a sua subida galopante do preço, tem a ver com a chuva que cai nos últimos dois dias na zona sul do país, nos distritos de Chókwè, província de Gaza, zona sul e nos distritos de Moamba e Boane, província de Maputo, igualmente principais produtores e fornecedores do tomate.
A cebola e batata, também sofreram uma pequena revisão em alta do preço, mas ainda dentro da capacidade dos consumidores, tendo em conta que, estes produtos para além da África do Sul, existem grandes fornecedores a nível interno, nomeadamente, nos distritos de Chókwè, Moamba, Boane, entre outros, desempenhando papel de almofada para a crise na fronteira de Ressano Garcia.
As manifestações também estão a comprometer as receitas das autoridades municipais a nível daquele mercado, influenciando a queda da receita para a edilidade, que diariamente a colecta estava em torno de 70 a 80 mil meticais, mas devido a situação actual, as receitas caíram para 12 a 15 mil meticais, sendo que, no dia 07 do corrente mês, dia em que os manifestantes tentaram forçar entrada a cidade de Maputo, o Mercado do Zimpeto não conseguiu nenhuma receita.
Em entrevista a AIM hoje, o Chefe da Comissão dos Vendedores no Mercado Grossista do Zimpeto, Custódio Uchavo, confirmou que os dias são tenebrosos naquele espaço comercial, reinando fraca movimentação e tanto de compradores como de vendedores, criando um ambiente de incerteza, num dos principais mercados grossista do país, fornecendo para a além da região sul, a região centro e norte.
“A situação do mercado depois do anúncio da quarta vaga é de agitação e incerteza. No mercado temos falta de alguns produtos e os outros a tendência é de agravamento de preços, como o caso do tomate. A batata e cebola, como vem da África do Sul, com o problema da fronteira, também regista aumento do preço, mas ainda temos algum stock”.
A falta de tomate, para além das manifestações, também se associa à chuva que está a cair e os produtores não conseguem fazer a colheita para escoar ao mercado. O tomate vem da zona sul, Chókwè, Chibuto, Catuane, Moamba”, disse o representante dos vendedores.
Segundo a fonte, a produção nacional, tem assegurado para que não haja ruptura por completo dos principais produtos, uma vez que os grandes vendedores, por esses dias têm receio de trazer mercadoria da África do Sul, devido às manifestações.
Uchavo pede o fim da tensão pós-eleitoral e apela a todas as partes para que encontrem uma saída para colocar ponto final as manifestações em curso, que estão a criar problemas gravíssimos na nacional economia.
O Mercado Grossista de Zimpeto regista a entrada diária de mais de 50 camiões com produtos diversos, mas a cifra caiu para menos da metade.
Excluindo a escassez de produtos e aumento de preços, o Mercado do Zimpeto está a funcionar normalmente.
Refira-se que, na comunicação de terça-feira, o Comandante-geral da Polícia da República de Moçambique, Bernardino Rafael desaconselhou a adesão às manifestações violentas em curso um pouco por todo país, pois a polícia haveria de intervir para evitar a subversão da ordem pública no país.
(AIM)
Paulino Checo (PC)/sg
