Maputo, 06 Jan (AIM) – O Presidente do Malawi, Lazarus Chakwera, deplora as manifestações violentas pós-eleitorais em Moçambique, afirmando que afectam significativamente a economia do seu país.
O facto foi avançado pela enviada especial de Chakwera a Moçambique, Khumbize Chiponda, que foi recebida em audiência pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, evento que teve lugar hoje em Maputo.
Falando à imprensa, minutos após o fim da audiência, Chiponda, que igualmente é ministra malawiana da Saúde, reconhece que Moçambique é um parceiro estratégico para o Malawi.
“Nós temos tido um apoio muito forte, o próprio Presidente Nyusi empenhou-se muito fortemente no fortalecimento das relações e Malawi, sendo um país do interior, com o apoio de Moçambique tem conseguido transportar fertilizantes, combustíveis e outras mercadorias”, disse.
Durante o encontro, Chiponda foi informada por Nyusi que tudo está a ser feito para a restauração da paz e tranquilidade no país.
“Isso é fundamental porque a paz e estabilidade em Moçambique significa paz e estabilidade para a região da SADC [Comunidade de Desenvolvimento da África Austral]. Moçambique é um país ligado aos países da SADC e é por isso que achamos muito importante”, vincou Chipondo.
A enviada especial de Chakwera assegura que os moçambicanos estão a se refazer da tensão pós-eleitoral, por isso “vejo esperança, vejo muito entusiasmo entre os moçambicanos e o que nós rogamos é que os moçambicanos consigam se entender e possam restaurar a paz e estabilidade para o bem deste país e para o bem de toda a região”.
Nos últimos três meses, algumas cidades moçambicanas, sobretudo as capitais provinciais e do país vivem um clima de tensão político caracterizado por manifestações pós-eleitorais, algumas vezes violentas, convocadas pelo ex-candidato presidencial, Venâncio Mondlane.
Nesse período, através da live transmitida na sua página oficial de Facebook, Venâncio Mondlane disse aos manifestantes para travarem o fluxo de mercadorias entre Moçambique e os países vizinhos.
Venâncio Mondlane reclama a decisão final, sem recorrência, tomada pelo Conselho Constitucional (CC) órgão que deliberativo, em última instância, sobre matérias jurídico-constitucionais e do contencioso eleitoral, que dá vitória expressiva a Daniel Chapo e Frelimo, partido no poder.
O CC declarou Chapo como o 5º Presidente da República e a cerimónia de sua investidura está marcada para 15 de Janeiro corrente.
Vale lembrar que, em Novembro último, o governo moçambicano ratificou um acordo com o Malawi, para o estabelecimento e implementação de postos de fronteira de Paragem Única, um programa incluído no acordo entre ambos países, assinado há três anos.
Em meados de Agosto último, durante as conversações oficiais entre o Presidente da República, Filipe Nyusi, e o seu homólogo malawiano, Lazarus Chakwera, em Maputo, foi abordado o estabelecimento da Paragem Única num dos pontos fronteiriços entre Moçambique e Malawi.
Assim, Moçambique e Malawi passaram a ter portas abertas para exportar e importar pelo menos 47 produtos agrícolas e manufacturados, com isenção de direitos alfandegários, até mil dólares.
(AIM)
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