
Porta-Voz do Instituto Nacional do Mar (INAMAR), Leonid Chimazene, falando na conferência de imprensa sobre o balanço da campanha de fiscalização marítima e apresentação de relatório dos sinistros marítimos de 2024. Foto de Carlos Júnior
Maputo, 06 Jan (AIM) – O Instituto Nacional do Mar (INAMAR) registou 260 sinistros marítimos no ano 2024, em todo o território moçambicano, incluindo afogamentos (132), naufrágios (76), ataques de animais (39), encalhes (06) e abalroamentos (07).
Os referidos sinistros ocorreram em todas as províncias, sendo na cidade de Maputo (09), província de Maputo (24), Gaza (23), Inhambane (19), Sofala (57), Manica (06), Tete (15), Zambézia (51), Nampula (19), Niassa (17) e Cabo Delgado (20).
Os dados representam uma redução em 16 casos, ou seja 6%, quando comparado com igual período do ano transacto, tendo afectado cerca de 13.487 pessoas.
A informação foi partilhada esta segunda-feira (06), em Maputo, pelo porta-voz do INAMAR, Lionid Chimarizene, em conferência de imprensa.
“Da análise feita pelo INAMAR, como entidade marítima nas áreas fluviais, lacustres, fluviais e zonas costeiras, relativamente ao grau de variação das consequências dos sinistros em relação ao igual período de 2023 e 2024, verificou-se a redução de naufrágios em 3%, aumentos de afogamentos em 0.76%, redução de ataques de animais em 22%”, disse.
O INAMAR também verificou a redução de outros sinistros em 28% e, aumento de encalhes na ordem de 100%.
“Relativamente ao grau de variação das consequências dos sinistros, em relação ao período de 2023 e 2024, da análise feita verificou-se o aumento de vítimas mortais em 51%, sobreviventes em 63%, desaparecidos em 270%. Também, verificou-se redução de feridos a 26% e danos materiais na ordem 4%”, disse a fonte.
Chimarizene explica que o aumento do número de vítimas mortais, acima de 50%, deve-se à fraca presença de fiscais marítimos nas travessias ou locais de embarque das embarcações, inobservância do boletim meteorológico, superlotação das embarcações e deficiente manutenção das embarcações.
Apontou ainda a falta de equipamento de segurança nas embarcações, navegação no período nocturno, condução sob efeito de álcool, falta de habilitação das tripulações das embarcações, desconhecimento das áreas seguras para nadar, inaptidão em natação e ataques por animais (hipopótamos e crocodilos).
Face a este cenário, o INAMAR pretende reforçar as medidas de mitigação dos sinistros marítimos, através de introdução de medidas de caracter imediato, médio e longo prazos.
Como exemplo citou melhoria dos mecanismos de fiscalização no que concerne à lotação das embarcações, bem como à habilitação das tripulações.
Quanto às medidas imediatas referiu que, “vão desde a produção de panfletos sobre a protecção e segurança marítima, implantação de postos de fiscalização, o uso de rádios comunitárias para produção de spots sobre segurança e protecção marítima em línguas locais, realização de palestras sobre a segurança e protecção marítima durante os trabalhos de fiscalização marítima”.
“O içar das bandeiras de aviso de mau tempo, a divulgação na TV e rádios comunitários de conteúdos ligados à segurança, protecção e fiscalização marítima, prevenção e combate à poluição marinha, lacustre e fluvial podem prevenir os acidentes e incidentes marítimos e, a criação de projectos infantis de rádio e televisão pode estimular nas crianças o gosto por assuntos do mar”, disse.
As acções de prevenção de sinistros ao longo do mar, também serão realizadas a médio prazo, incluindo formações específicas para fiscais marítimos e cabos de mar, a nível nacional, criação de parcerias com o Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano, para a introdução de matérias sobre a segurança e protecção marítima e preservação do ambiente marinho no curriculum do ensino primário”.
A médio prazo, o INAMAR vai trabalhar com o Instituto de Mar e Pescas e o Museu do Mar no sentido de produzir matérias sobre a área marítima para sua introdução no curriculum do ensino primário, bem como criar parcerias de forma a garantir a formação de transportadores marítimos em matérias relativas às técnicas de construção de embarcações.
A longo prazo as autoridades equacionam a colocação de inspectores em cada administração marítima.
(AIM)
NL/sg