
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa
Lisboa, 17 Jan (AIM)- O chefe de Estado português, Marcelo Rebelo de Sousa, cujo país apoia militarmente e financeiramente a guerra na Ucrânia, receia que a nova administração norte-americana estabeleça “um acordo explícito ou implícito” com a Rússia.
Marcelo Rebelo de Sousa teme que Donald Trump assuma a China como principal adversário, e que o foco da atenção seja o Pacífico e não o Atlântico, deixando a Europa esquecida, segundo a RTP.
Num vídeo transmitido na conferência do aniversário do “Diário de Notícias”, o chefe de Estado português desaconselhou a opção de se esquecer tudo isso em função de uma estratégia militar ou económica.
O “Diário de Notícias” comemorou o seu 160º aniversário com uma Grande Conferência que teve lugar no dia 17 de Janeiro, no auditório da Fundação Gulbenkian, em Lisboa.
Donald Trump toma posse nesta segunda-feira, 20 de Janeiro, como 47.º presidente dos Estados Unidos.
O actual presidente, Joe Biden, planeia comparecer, ao contrário de Trump, que se recusou a aceitar a derrota em 2020 e não compareceu na cerimónia de tomada de posse do presidente democrata.
“O Presidente Trump está dedicado a unir o país através da força, segurança e oportunidade da sua agenda America First”, destacaram Steve Witkoff e Kelly Loeffler, co-presidentes do comité inaugural, em comunicado.
Portugal representado na posse de Trump pelo embaixador nos EUA
Portugal vai estar representado na cerimónia de tomada de posse de Donald Trump pelo embaixador português nos Estados Unidos, Francisco Duarte Lopes, segundo a Euronews.
O protocolo para as tomadas de posse nos Estados Unidos da América não prevê a presença de chefes de Estado estrangeiros e, por norma, é o corpo diplomático em Washington D.C. que é convidado a participar.
Por essa razão, não foi endereçado um convite ao Governo da Aliança Democrática (AD), chefiado por Luís Montenegro, ou ao Presidente da República portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, para estarem presentes.
A AIM, em Lisboa, consultou a agenda de Marcelo Rebelo de Sousa para o fim de semana mas não encontrou nenhuma referência à provável deslocação aos EUA.
O presidente do Chega (partido português), André Ventura, também faz parte da lista de convidados para a tomada de posse do novo Presidente dos Estados Unidos da América. O convite ao líder do Chega não lhe foi dirigido directamente, mas sim ao grupo Patriotas Europeus do qual o partido faz parte.
Chega partido populista que promove o ódio, racismo e xenofobia.
O convite destaca o objectivo de “reforçar as relações transatlânticas”, pelo que convida os membros a “juntarem-se à delegação de Washington D.C. de 16 a 22 de Janeiro”. A RTP diz que Ventura não confirmou a sua presença na capital norte-americana.
“Muito me honra este convite. A luta contra a esquerda destruidora e o globalismo tem de ser feita por uma aliança de patriotas em todo o mundo. #SomosAlternativa”, lê-se numa publicação de André Ventura, na rede social X (ex-Twitter).
Na imagem que acompanha o texto, o líder do Chega vangloria-se ainda por ser “o primeiro português convidado para a tomada de posse de Trump”.
Na agenda do dia da tomada de posse do republicano consta um chá na Casa Branca, a cerimónia de inauguração no Capitólio, um almoço no Congresso, um desfile na Avenida Pensilvânia e três bailes.
Trump escolheu os “embaixadores especiais de Hollywood” na Casa Branca
Os actores Mel Gibson, Jon Voight e Sylvester Stallone vão ser os “embaixadores especiais de Hollywood” na Casa Branca. O anuncio foi feito pelo presidente eleito dos Estados Unidos, na rede social de que é dono.
Trump escreve que “a indústria cinematográfica perdeu muitos negócios no estrangeiro nos últimos quatro anos”. E a missão deste trio é ajudá-lo para que “Hollywood, fique maior, melhor e mais forte do que nunca”.
Jon Voight, pai de Angelina Jolie é conhecido há muitos anos pelo apoio a Donald Trump…
Mel Gibson várias vezes acusado de anti-semitismo, racismo e homofobia, chegou a dizer que a candidata democrata às presidenciais, Kamala Harris, tem o Quociente de Inteligência “de uma cerca”.
Já o actor Sylvester Stallone, acusado de violência doméstica nos anos 80, considera Trump um “segundo George Washington”.
Alertas de Joe Biden
Na quarta-feira (15), o presidente dos EUA, Joe Biden, utilizou o seu discurso de despedida à nação para lançar avisos severos sobre uma “oligarquia” de indivíduos ultra-ricos e um “complexo tecnológico-industrial” que infringe os direitos dos americanos e ameaça o futuro da democracia na nação.
Falando a partir da Sala Oval, que deverá desocupar esta segunda-feira (20), Biden aproveitou o discurso para lançar o alarme sobre a acumulação de riqueza e poder entre um pequeno número de pessoas.
“Hoje em dia, está a tomar forma na América uma oligarquia de extrema riqueza, poder e influência que ameaça literalmente toda a nossa democracia, os nossos direitos e liberdades fundamentais e uma oportunidade justa para que todos possam progredir”, disse Biden, chamando a atenção para “uma perigosa concentração de poder nas mãos de algumas pessoas ultra-ricas. Consequências perigosas se o seu abuso de poder não for controlado”.
(AIM)
DM