
Autocarro da Empresa Municipal dos Transportes Públicos de Maputo
Maputo, 23 Jan (AIM) – A Empresa Municipal de Transportes Públicos de Maputo (EMTPM) anunciou esta quinta-feira (23) um prejuízo acumulado no valor de 30 milhões de meticais (cerca de 469 mil dólares) decorrentes das manifestações pós-eleitoral.
O prejuízo refere-se ao período compreendido entre 23 de Outubro de 2024 a 15 de Janeiro corrente, que culminou com a redução da capacidade da frota na ordem de 30 por cento.
Cerca de 20 milhões de meticais do valor referido correspondem à perda de receitas devido a redução do número de passageiros, de 40 mil para 11 mil, e os restantes 10 milhões a actos de vandalização.
“A redução de autocarros de 84 para 48 contribuiu para a redução da capacidade de reposição dos danos avultados devido à escassez de recursos”, disse o Presidente do Conselho de Administração (PCA) da EMTPM, Lourenço Albino, em conferência de imprensa.
Referiu que dos 84 autocarros existentes, 26 foram vandalizados e um totalmente carbonizado, situação que contribuiu para a redução das receitas. “Neste momento, estamos a contar com uma perda de receita de cerca de 20 milhões de meticais, totalizando desde Outubro do ano passado”.
“A redução do número de autocarros, significa, por sua vez, redução do volume de receitas em 30% e isso reduziu a capacidade de resposta da empresa, relativamente ao conjunto de necessidades que a empresa demanda e uma destas é o ordenado”, disse.
No que se refere aos 26 autocarros vandalizados, vidros e espelhos foram partidos por arremesso de pedras, bem como pára-choques e todo um conjunto da estrutura do autocarro, tendo somado um prejuízo de cerca de 10 milhões, só de vandalizações”, acrescentou.
Albino garante que a EMTPM sempre esteve ciente da falta destes meios, por isso, a empresa viu-se obrigada a paralisar os autocarros vandalizados, porque não poderiam ser usados para o transporte público de passageiros.
A fonte diz que desde o início das manifestações, esforços sempre foram envidados para a reposição destes meios, mas foram escasseando com o tempo.
“É verdade que fomos fazendo algum exercício no início destas manifestações, significa que quando um autocarro era vandalizado num dia, no dia seguinte fazíamos a reposição do vidro e do espelho, mas os recursos foram escasseando porque a empresa também não conseguia obter receitas para a reposição destes acessórios”, explicou.
Entretanto, os autocarros não vandalizados têm circulado de forma condicionada ou limitada, facto notável pelo número de carros no parque da EMTPM, factor que influi negativamente no número de passageiros que são transportados, em média, por dia, bem como no número de viagens.
“Neste período tivemos uma média diária de 11 mil passageiros, quando no passado transportávamos 40 mil passageiros. Por outro lado, o número de viagens que fazíamos por dia, reduziu de 12 para 4”, disse.
Explicou que os riscos da circulação dos autocarros sempre foram visíveis, daí a necessidade de retirar alguns, sobretudo do corredor da Matola. “Estão aqui à espera que a situação melhore para podermos voltar a operar”, disse.
(AIM)
NL/sg